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Lucro do Banco do Brasil despenca 60% no 3º trimestre e revê estimativas de ganhos para este ano

by admin

O Banco do Brasil reduziu suas estimativas de lucro para este ano, após os custos com crédito aumentarem em ritmo mais rápido que o esperado no terceiro trimestre. O banco registrou uma queda de 60% no lucro líquido ajustado entre julho e setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Houve estabilidade na comparação com o segundo trimestre deste ano.

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O banco estatal informou, em comunicado nesta quarta-feira, que espera registrar lucro líquido ajustado entre R$ 18 bilhões (US$ 3,4 bilhões) e R$ 21 bilhões em 2025. A projeção anterior era de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões.

Em vídeo, o diretor financeiro do Banco do Brasil, Geovanne Tobias, afirmou que o aumento nas provisões para perdas com crédito está parcialmente ligado a casos específicos, o que não havia sido antecipado.

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As provisões para perdas com crédito aumentaram 78% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 17,9 bilhões no terceiro trimestre, principalmente devido às carteiras de agronegócio e grandes empresas. Segundo o comunicado, o banco espera que essas provisões somem entre R$ 59 bilhões e R$ 62 bilhões no ano.

Apesar da alta nas provisões, o lucro líquido ajustado do terceiro trimestre, de R$ 3,79 bilhões, superou a média das estimativas dos analistas, segundo dados compilados pela Bloomberg. O resultado representa queda de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas ficou estável em comparação ao segundo trimestre.

“Conseguimos entregar um resultado com menor rentabilidade, mas, ainda assim, entregamos rentabilidade”, afirmou Tobias no vídeo.

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O Banco do Brasil foi impactado por um aumento nas falências do agronegócio no país, segmento que representa um terço da carteira de crédito da instituição. Uma mudança nas regras contábeis para os bancos brasileiros agravou o impacto, pois a instituição foi obrigada a reforçar as provisões para perdas em empréstimos.

O índice de inadimplência acima de 90 dias aumentou 1,6 ponto percentual em 12 meses, alcançando 4,9% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com o comunicado. Na carteira do agronegócio, a inadimplência subiu para 5,3%.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu 13 pontos percentuais no mesmo período, para 8,4%, permanecendo estável em relação ao segundo trimestre.

Antes da divulgação dos resultados, analistas esperavam que o terceiro trimestre fosse o ponto mais fraco dos resultados trimestrais do Banco do Brasil em 2025.

“Esperamos que o terceiro trimestre represente o ponto mínimo da rentabilidade do Banco do Brasil, como amplamente antecipado pelo mercado”, escreveu Gustavo Schroden, analista do Citigroup, em relatório.

As ações do banco acumulam queda de 5,7% no ano, ficando atrás de seus principais concorrentes, mas subiram 8% desde o início de setembro, quando o governo brasileiro anunciou uma medida provisória com uma nova linha de crédito voltada à renegociação de dívidas de produtores rurais. O Banco do Brasil passou a oferecer o programa a seus clientes no fim de outubro.

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