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A Stellantis, dona de marcas como Fiat, Ram e Jeep, sofreu com as vendas em 2024 nos Estados Unidos, e está fazendo um retorno de 180 graus para tentar a recuperação — e suas apostas estão nos híbridos. Falando recentemente em uma conferência do Goldman Sachs, Antonio Filosa, CEO desde 23 de junho de 2025, disse: “Acreditamos de fato que o híbrido será um dos sistemas de propulsão favoritos nos EUA”.
A Stellantis vendeu 1,55 milhão de veículos nos EUA em 2022 e 1,53 milhão em 2023. As vendas nos EUA então caíram para 1,30 milhão em 2024, queda de cerca de 15% ano a ano.
Igualmente significativo, porém, Filosa diferenciou entre híbridos tradicionais e híbridos plug-in, sinalizando que a Stellantis vê uma demanda mais forte no curto prazo pelos primeiros. Na prática, isso aponta para híbridos amplos e de alto volume, projetados para atender ao uso mainstream americano — em vez de sistemas plug-in que exigem que o proprietário “carregue” em casa ou na estrada — e que também podem custar mais na partida.
Filosa disse que podemos ver um Jeep Cherokee híbrido e, além disso, que a Stellantis está trabalhando para expandir as ofertas híbridas em toda a sua linha nos EUA, o que significa que pesos pesados como Jeep, Ram e Chrysler serão incluídos.
O nome Cherokee deve fazer com que os fãs da marca, um clássico da linha, prestem muita atenção. A Stellantis, sob a gestão anterior, enxugou modelos populares enquanto perseguia margens de lucro — um movimento que a Reuters relata ter ajudado a afastar clientes e deixado concessionárias sentadas sobre estoque. Muitos Cherokee enfrentaram problemas de controle de qualidade nos últimos anos. Especialistas dizem que híbridos registram menos problemas mecânicos em geral em comparação com carros a combustão e elétricos, então isso promete uma melhor experiência do cliente e menos queixas.
Quanto a 2025, a Reuters informou que a participação de mercado da Stellantis nos EUA foi de 7% no primeiro semestre do ano e subiu para 8% no terceiro trimestre, com Filosa prevendo novos ganhos à medida que novos produtos são lançados, diz ele. Um relatório separado descreveu o início do mandato de Filosa como um esforço de “sala de emergência” — priorizando crescimento de vendas e recuperação de credibilidade após um declínio acentuado que incluiu a queda de 15% nas vendas nos EUA em 2024 sob o ex-CEO Carlos Tavares.
A política regulatória também faz parte do pano de fundo. Filosa se juntou ao CEO da Ford em uma reunião com o presidente Donald Trump para discutir uma proposta de redução das regulamentações de economia de combustível — mudanças que reduziriam a pressão para impulsionar volumes de veículos elétricos e facilitariam vender mais modelos a gasolina e híbridos. Isso vai deixar a turma do “Drill, baby, drill” mais feliz.
A melhor notícia de todas é que a Stellantis já está apostando no que acredita que os compradores americanos realmente querem. A empresa trouxe de volta o HEMI V-8 em alguns modelos após pressão de concessionárias e clientes, disse Filosa — citando 10.000 pedidos de Ram no dia do anúncio e 50.000 pedidos em seis semanas. Os fãs das picapes grandes tendem a ser ferozmente leais — e ferozmente vocais quando seus acabamentos favoritos desaparecem.
Filosa está orientando a Stellantis para um “back to basics”, significando mais foco em modelos populares de Jeep e Ram, mais acessibilidade e até disposição para usar vendas de frotas de menor margem para reconstruir volume e manter as fábricas operando.
A aposta é que os híbridos — amplamente utilizáveis, familiares e menos voláteis politicamente do que mandatos de EV — possam ajudar a Stellantis a recuperar participação enquanto estabiliza preços, oferta e demanda e relações com concessionárias, que também importam mais do que o público imagina.
Em outras palavras, a Stellantis não está abandonando a eletrificação — os elétricos vieram para ficar. É só que a histeria e a pressa para substituir carros a gasolina que vimos durante o governo Biden arrefeceram.
