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A onda de críticas a Brigitte Macron após chamar ativistas de ‘vadias estúpidas’; veja vídeo

by admin

Uma enxurrada de críticas vindas de celebridades e políticos franceses de esquerda atingiu a primeira-dama da França, Brigitte Macron, após viralizar um vídeo em que ela chama de “vadias estúpidas” ativistas que invadiram um espetáculo em Paris de um comediante acusado de assédio sexual. Sua fala foi condenada país afora como “sexista”.

Uma gravação feita no domingo 7 mostra a primeira-dama conversando nos bastidores do teatro Folies Bergère, na capital francesa, com Ary Abittan, ator e comediante francês anteriormente acusado de abuso, antes dele começar uma peça que estrela. Na noite anterior, ativistas feministas haviam interrompido uma edição do evento gritando: “Abittan, violador!”.

Antes da apresentação de domingo, Brigitte perguntou como o comediante se sentia. Quando ele disse que estava com medo, ela referiu-se às manifestantes como “sales connes“, traduzido para o português como “vadias sujas” ou “estúpidas” e acrescentou que “vamos expulsá-las” se voltarem.

 

 

Em comunicado, o gabinete da primeira-dama afirmou que ela estava tentando acalmar os nervos de Abittan. “Como mostra o vídeo, a única intenção da Sra. Macron era tranquilizar um artista que, no seu camarim antes de subir ao palco, acabara de lhe dizer: ‘Estou com medo’, porque o sua apresentação tinha sido interrompido na noite anterior. De forma alguma ela está atacando uma causa. Ela, no entanto, desaprova os métodos radicais utilizados para impedir um artista de se apresentar em palco, como foi o caso no sábado à noite.”

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O grupo feminista Nous Toutes (Todas Nós, em tradução livre) afirmou que suas ativistas interromperam o espetáculo em protesto contra “a cultura da impunidade” em relação à violência sexual em França. Em 2024, a Justiça francesa deu por encerrada a investigação da acusação de violação contra Abittan, ocorrida em 2021, por falta de provas. A decisão confirmada em recurso em janeiro deste ano.

“Denunciamos locais que estendem tapete vermelho a homens acusados ​​de violação, normalizando a violência sexista e sexual. É um insulto público às vítimas. Vítimas, acreditamos em vocês. Violadores, não vos perdoamos!”, declarou o Nous Toutes em comunicado no Instagram.

“Sexismo”

Vários políticos de esquerda criticaram Brigitte pelo uso de um termo sexista para referir-se às ativistas e alguns disseram que ela devia pedir desculpas. O ex-presidente François Hollande, do Partido Socialista, declarou à rádio RTL que o comentário foi “vulgar”. A líder do Partido Verde, Marine Tondelier, afirmou que a fala foi “extremamente grave” e não deveria ter sido proferida por uma primeira-dama, enquanto a secretária-geral do sindicato CFDT, Marylise Léon, qualificou a colocação como “inapropriada e grosseira”.

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Várias celebridades manifestaram apoio às ativistas feministas, adotando o insulto para si mesmas com a hashtag #salesconnes. A atriz e Judith Godrèche, uma das principais vozes francesas do movimento #MeToo, que denunciou dois produtores de cinema por assédio sexual quando era adolescente, publicou nas redes sociais: “Eu também sou uma vadia estúpida e apoio todas as outras.”

A cantora e atriz Camélia Jordana compartilhou uma fotografia sua com as palavras “sale conne” escrita na testa. A senadora Mélanie Vogel, do Partido Verde, escreveu no X: “Este é um grande dia para todas as vadias estúpidas do nosso país.”

Na extrema direita francesa, porém, o deputado Jean-Philippe Tanguy, do partido Reagrupamento Nacional, minimizou a situação, enfatizando que os comentários de Brigitte foram feitos em privado. “Se cada um de nós fosse filmado nos bastidores conversando com amigos, acho que haveria muito para comentar”, disse à emissora BFMTV. “Tudo isto é muita hipocrisia.”



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