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A tecnologia verde desenvolvida na China para potencializar o cultivo do arroz com menos agrotóxicos

by admin

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Nos arrozais do norte e do leste da China, uma solução improvável vem ganhando espaço no combate a pragas agrícolas: caranguejos. Longe de serem intrusos, esses crustáceos são parte central de um sistema de simbiose arroz–caranguejo que transforma campos alagados em ecossistemas produtivos, eficientes e surpreendentemente sofisticados.

O princípio é simples, mas poderoso. Caranguejos de água doce são criados diretamente nos arrozais. Enquanto o arroz cresce, os caranguejos se alimentam de insetos, larvas e plantas daninhas que normalmente exigiriam pesticidas químicos. Na prática, eles funcionam como um sistema vivo de controle biológico de pragas, reduzindo drasticamente a necessidade de insumos artificiais, como agrotóxicos

Mas os benefícios não param aí. Ao se deslocarem pelo lodo, os caranguejos revolvem o solo, melhorando a oxigenação das raízes e acelerando a decomposição da matéria orgânica. Seus resíduos atuam como fertilizante natural, enriquecendo o solo e favorecendo o crescimento do arroz. Estudos indicam ainda que sistemas integrados como esse podem reduzir emissões de metano, um dos principais gases de efeito estufa associados ao cultivo tradicional de arroz.

Na província de Hebei, o modelo ganhou dimensão social e econômica. Incentivados por políticas locais de agricultura orgânica, agricultores passaram a colher dois produtos no mesmo espaço: arroz e caranguejos. O resultado foi um aumento significativo da renda rural, sem expansão de áreas cultivadas e com menor impacto ambiental.

Em um país que enfrenta o desafio de alimentar mais de um bilhão de pessoas, o sistema arroz–caranguejo mostra que inovação agrícola nem sempre depende de alta tecnologia. Às vezes, a resposta está em restaurar alianças antigas entre espécies — e deixar que a natureza faça parte do trabalho.

Conheça um pouco sobre a tecnologia:

 

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