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A verdadeira história sobre a exclusão de Mozart no Coritiba

by admin

A exclusão de Mozart do comando técnico do Coritiba não pode ser tratada como um episódio comum do futebol, como a saída de um treinador por questões estritamente financeiras. O caso é mais complexo e exige reflexão.

Basta projetar o cenário para constatar que executivos de uma sociedade anônima do futebol carregam vícios típicos do velho modelo cartolista. O CEO e investidor do Coritiba, Lucas de Paula, da OutField, ilustra essa realidade.

Mozart nunca foi o técnico dos sonhos do dirigente. Não foi demitido antes porque a excelência do seu trabalho na condução de um elenco limitado na Série B compensou ações e omissões da diretoria na montagem do time. Inclusive as de Lucas de Paula, que, ao restringir reforços na janela de junho, expôs o clube ao risco de não alcançar o acesso à Série A.

Por trás do argumento financeiro apresentado como causa pública, há uma motivação mais imediata: fora do círculo profissional de Lucas de Paula e do núcleo da OutField, Mozart viu sua projeção e protagonismo na campanha despertarem vaidade e ciúmes. Ao lado do goleiro Pedro Morisco, tornou-se peça central na conquista do acesso e no título da Série B.

Há também uma evidente dose de irresponsabilidade institucional. Com o início da Série A de 2026, em janeiro, Lucas de Paula criou um impasse financeiro enquanto Mozart já negociava termos para continuidade. A ligação afetiva do treinador com o clube e sua história como coxa-branca poderia fazê-lo rever eventuais exigências, mas o dirigente aproveitou-se do momento para priorizar interesses corporativos da OutField, não os do Coritiba.

Para um gestor já predisposto ao desligamento, a resistência a qualquer proposta do treinador torna-se um movimento simples, típico do velho cartola.

Agora, o Coritiba terá um novo treinador para iniciar um “projeto” que tende a refletir mais interesses e vaidades pessoais do que, necessariamente, as necessidades do clube.

Em breve, a torcida pode sentir saudade do pragmático “jogo à italiana” idealizado por Mozart, um estilo pensado para times construídos sob a lógica do custo-benefício, mas que no futebol, muitas vezes, se resume apenas ao custo.

Talvez tenha sido uma lição para Mozart: desta vez, o coração falou mais alto.

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