MATEUS OLIVEIRA
A Polícia Civil e a Polícia Militar de Goiás prenderam 32 pessoas suspeitas de participarem do foguetório coordenado realizado na noite de terça-feira (4) em diversas cidades do estado. Os disparos de fogos de artifício foram registrados em vídeos divulgados nas redes sociais, acompanhados da frase “Goiânia inteira vermelha”, o que levantou a suspeita de uma possível homenagem aos mortos durante a megaoperação do Rio de Janeiro, pertencentes à facção criminosa Comando Vermelho (CV).
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), as prisões ocorreram em Goiânia (14), Abadia de Goiás (9), Aparecida de Goiânia (6) e Rio Verde (3). As ações foram desencadeadas logo após os primeiros registros dos fogos, por volta das 22h.
Segundo as investigações, a maioria dos detidos não pertence diretamente à facção, mas seria composta por simpatizantes e integrantes de torcidas organizadas. A principal linha de apuração aponta que o ato teria sido uma tentativa de “recado” após a morte de nove criminosos no Rio de Janeiro, entre eles foragidos do estado de Goiás.
Monitoramento e prisões
O comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Câmara, informou que as primeiras prisões ocorreram ainda na noite de terça-feira. “As ações começaram imediatamente após os registros. Inicialmente seis pessoas foram detidas, e com o avanço das diligências, o número subiu para 32”, destacou.
As prisões envolvem diferentes tipificações penais, como porte ilegal de arma de fogo, apologia ao crime e posse de entorpecentes. Entre os presos, há também monitorados por tornozeleira eletrônica, que poderão ter regressão de regime.
O delegado-geral da Polícia Civil, em coletiva, reforçou que as forças de segurança estão no controle da situação. “Faccionados existem em Goiás, mas estão completamente dominados. O Estado está seguro, e não há um palmo de terra onde uma viatura das forças de segurança não entre”, afirmou.
Fiscalização do comércio de fogos
Durante as ações integradas, o Procon Goiás também realizou fiscalizações em 30 estabelecimentos comerciais, resultando na apreensão de cerca de 4 mil foguetes. As apreensões, segundo o órgão, não estão diretamente ligadas ao caso, mas fazem parte de um reforço nas fiscalizações, já que a venda desses produtos precisa seguir normas específicas de segurança e licenciamento.
Operações contínuas
A SSP-GO ressaltou que o monitoramento das redes sociais foi feito em tempo real, permitindo antecipar movimentações e evitar que novos foguetórios ocorressem em outros estados.
“O crime organizado está presente em todo o país, mas em Goiás a atuação é isolada e está sob controle. O Estado segue seguro, e qualquer tentativa de apologia criminosa será coibida”, destacou a pasta.
Leia mais: Preso confessa que foguetes em Goiânia foram ordens do CV para homenagear traficantes mortos no RJ
