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A ação da companhia aérea Azul (AZUL4) caiu quase 20% nesta segunda-feira (15) após o anúncio de aprovação de seu plano de recuperação judicial nos Estados Unidos. A notícia foi veiculada após o fechamento de mercado na sexta-feira (12).
O pedido de recuperação judicial da companhia aérea havia sido feito em maio e, à época, foi bem recebido pelo mercado. Ele permitirá que a companhia aérea reduza mais de US$ 2 bilhões em dívidas realizando a sua conversão em ações. Além disso, a empresa poderá captar novos recursos por meio de uma oferta de direitos de subscrição de ações e investimento da American Airlines e da United Airlines, que vão investir até US$ 300 milhões em ações da Azul.
Apesar de o plano entregar fôlego financeiro, depois das conversões, subscrições e emissão de novas ações, a base acionária da companhia terá uma elevada diluição, explica Bernardo Viero, analista de ações da Suno. “As ações estão caindo porque o mercado está precificando, em partes, esse movimento”. As ações caem ante esse anúncio porque o mercado interpreta a diluição como perda de valor para os acionistas atuais.
O presidente executivo da Azul, John Rodgerson, afirmou que a companhia “fica numa situação muito mais leve” com a aprovação do plano pela justiça americana. “Nossa ideia era para (a Azul sair do processo) com alavancagem de três vezes, mas vamos sair com uma alavancagem de 2,5 vezes”, disse o executivo em entrevista à Reuters.
“Tem duas coisas que são fundamentais para nós. Primeiro, nossa dívida está baixando 60% e nossos juros ao ano estão baixando mais ou menos US$ 200 milhões ao ano. Então a dívida cai, o juro cai junto. Além disso, a nossa dívida do aluguel de aeronaves também está caindo. E está caindo 28%.”
“Eu estou voando mais ou menos a mesma frota…mas eu estou pagando US$ 300 milhões a menos ao ano com isso. Então esse é o benefício que a recuperação judicial traz.”
