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O Natal sempre foi sinônimo de calor, família reunida e tradições que passam de geração em geração. Para a acreana Eva Oliveira, que há quase quatro anos vive em Nashville, Tennessee, nos Estados Unidos, essa época do ano ganhou novos significados e também uma nova forma de sentir saudade.
Eva Oliveira vive a quase quatro anos nos Estados Unidos/ Foto: Cedida
Hoje com a rotina completamente diferente da que tinha no Acre, Eva lembra bem do impacto do primeiro Natal americano: “Parece cena de filme. Eles decoram tudo, absolutamente tudo. As pessoas entram no clima muito cedo e levam a data muito a sério”, conta. A novidade encantou, mas também fez nascer a comparação inevitável com a celebração brasileira.
Entre o frio americano e o calor das lembranças
Se no Acre as noites de dezembro têm som de música alta, roupa nova e ceia farta, nos Estados Unidos o cenário muda completamente. O inverno domina as ruas, as casas são transformadas com luzes, guirlandas e lareiras acesas, e a comemoração acontece mais cedo e, muitas vezes, com a família inteira de pijama.
“Aqui tudo é mais organizado e tranquilo. A ceia é no dia 25 à noite, e eles valorizam muito o aconchego da casa. É bonito, mas é um Natal diferente do nosso”, diz Eva.
Mesmo vivendo no hemisfério do frio, ela ainda não passou pela experiência da neve na noite de Natal, mas confessa que espera por esse momento: “Se nevasse seria mágico. Parece aqueles filmes de Natal que a gente vê desde pequeno.”
A saudade pesa e é no sabor da comida brasileira que ela encontra abrigo
Entre as luzes brilhantes e os costumes americanos, existe algo que nenhum país consegue substituir: o sentimento de lar. Para Eva, a saudade da família aperta mais forte nessa época.
“Dá muita saudade, principalmente do clima quente e da minha família. Tento amenizar fazendo chamadas de vídeo, conversando com amigos e parentes”. Não é a mesma coisa, mas ajuda a manter os laços afetivos.
E mesmo a quilômetros de casa, algumas tradições ela faz questão de manter. Na ceia, sempre há algo do Acre: farofa, salpicão ou uma sobremesa brasileira. É a forma que encontrou de levar consigo um pedaço de tudo o que deixou no Brasil.
Quando o Acre vira assunto nos Estados Unidos
Eva fala das diferenças entre a cultura acreana e americana/ Foto: Cedida
Ao falar sobre as tradições brasileiras com amigos norte-americanos, Eva conta que as reações são sempre de curiosidade e surpresa:
“Eles acham muito interessante. Ficam surpresos quando digo que nosso Natal é quente, animado e cheio de comida, música e família reunida.”
Um Natal transformador, entre duas culturas
Depois de viver longe de casa, Eva diz que passou a enxergar o Natal com outros olhos. O brilho das luzes americanas e a organização impecável das festas são encantadoras, mas foi longe de casa que ela aprendeu que a essência da data vai além da estética.
“Descobri que o Natal tem muitos significados. O importante é estar perto de quem a gente ama ou criar nossas próprias tradições”
Para quem sonha em viver essa experiência, ela deixa um recado
“Venha de coração aberto. É uma experiência linda, mas pode ser solitária se você não tiver sua família por perto. Não é igual ao Brasil, mas tem seu encanto. E você sempre pode levar as suas tradições com você.”
A história de Eva é o retrato de tantos acreanos que buscam novos caminhos pelo mundo, mas que carregam no peito a mesma certeza: o Natal pode mudar de endereço, mas nunca deixa de ser o que mais toca a alma a memória de onde viemos e de quem amamos.
