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Antigo Presidente da Bolívia preso preventivamente durante 5 meses por corrupção

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Luis Arce estava detido há dois dias nos escritórios da Força Especial contra o Crime em La Paz. Tinha acabado de ser transferido num veículo com janelas escuras para a prisão de San Pedro, situada perto do centro histórico da cidade. A operação foi efectuada com um forte dispositivo policial.

Ao entrar na prisão, Arce foi breve com a imprensa: “Não saímos daqui, estamos aqui, somos inocentes”. O juiz anticorrupção Mario Helmer Laura decidiu que o ex-presidente deve se defender com uma medida extrema de prisão preventiva por cinco meses. A decisão foi tomada após mais de seis horas de audiência virtual.

O juiz especificou que Arce pode pedir para sair a qualquer momento por razões médicas. Ordenou também que a Direção do Regime Penitenciário garanta a sua segurança física num sector diferente do da população comum. A sentença considerou que o ex-presidente não afastou por completo o risco de obstrução do processo, embora tenha apresentado garantias de emprego e de residência fixa em La Paz.

As acusações e a resposta de Arce

O Ministério Público acusa Arce de incumprimento de deveres e de conduta antieconómica. De acordo com o Ministério Público, quando era Ministro da Economia, Arce autorizou desembolsos do Fundo de Desenvolvimento Indígena, Camponês e Agrícola para projectos que não foram realizados ou que estavam apenas a meio caminho.

A investigação aponta para mais de 3.500 projetos financiados pelo Ministério da Economia, dos quais menos de metade foram concluídos. Há também indícios de que os desembolsos foram efectuados para contas pessoais de dirigentes de organizações indígenas e camponesas.

Durante a audiência, Arce declarou-se “absolutamente inocente” e descreveu a sua detenção como um ato político. Ele disse que o governo de Rodrigo Paz procura bodes expiatórios para encobrir a situação do país. O ex-presidente também denunciou que sua prisão foi ilegal. Ele disse que foi intercetado por indivíduos encapuzados em um bairro central de La Paz e levado em dois veículos, sem que o mandado de prisão fosse apresentado inicialmente.

Arce explicou que, como ministro, não participava das reuniões do conselho da Fondioc. Em vez disso, nomeou um representante através de resoluções ministeriais. Esse conselho também tinha delegados de outros ministérios e instituições.

O antigo presidente deixou a presidência da Bolívia em 8 de novembro. Desde então, tem-se dedicado a ensinar economia na Universidad Mayor de San Andrés, uma atividade que manteve mesmo durante o seu mandato.

Agora, este capítulo académico é interrompido pela sua entrada na prisão de San Pedro, onde passará, pelo menos, os próximos cinco meses, enquanto o processo judicial contra ele prossegue.

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