A sessão que discutiu e aprovou a Medida Provisória do governador Carlos Brandão, que criou cinco cargos comissionados, produziu um momento constrangedor na Assembleia Legislativa: a oposição aplaudiu o voto contrário de Yglésio que, segundos depois, os colocaria contra a parede.
O clima começou previsível. Carlos Lula classificou a medida como “fraude à lei” e disse que iria à Justiça para barrar a criação dos cargos. Fernando Braide foi contra falando em: falta de impacto financeiro, ausência de estudo e expansão desnecessária da máquina pública.
Mas então subiu à tribuna o deputado Yglésio Moyses.
Logo na primeira frase, a oposição comemorou:
“Eu sou contra essa Medida Provisória e vou votar contra hoje, com a oposição.”
Os parlamentares oposicionistas acharam que tinham ganho um aliado de discurso e não só de voto. Mas aí começou o constrangimento.
Yglésio votaria com a oposição, mas não compraria a narrativa dinista. E deixou isso claro.
O deputado abriu fogo justamente contra o argumento central usado por Carlos Lula e Fernando Braide: a ideia de que Brandão estaria cometendo ilegalidade ao desmembrar os cargos.
Yglésio foi direto na contradição da oposição: a lei que permite isso foi criada no governo que eles nasceram, o governo Flávio Dino.
Da tribuna, enumerou decreto por decreto, número por número:
- cargos ISO convertidos em 9,
- DANS-2 convertidos em 19,
- DGAS transformados em 40,
- um cargo isolado desmembrado em 26,
- e assim sucessivamente, até atingir quase 200 cargos desmembrados na gestão Dino.
Todos amparados na Lei Estadual nº 10.213/2015, aprovada no governo Flávio Dino e utilizada repetidamente até 2021.
Yglésio ironizou:
“Se isso é ilegal, por que o mestre da legalidade fez isso tudo?” e mais: “Por que que o governo Flávio Dino, que vocês tratam como infalível, destrinchou quase 200 cargos?”
Em outro momento, Yglésio lembrou Fernando Braide como o prefeito Eduardo Braide (São Luís) tem gerido o dinheiro público, questionando a coerência do discurso oposicionista sobre “defesa do dinheiro público”.
Segundo ele, o município gastou quase R$ 8 milhões com aplicativos como 99 e Uber para cobrir somente 11 dias de paralisação da empresa 1001, em vez de assumir o subsídio devido e mais barato.
“O irmão dele empenhou quase oito milhões de reais para pagar 11 dias de 99. O valor do mês inteiro de subsídio para todas as empresas. Isso é gestão? Isso é economia? Eles não entendem nada de economia”, provocou.
