A revelação da apresentadora e modelo Mariana Weickert (43) de que foi diagnosticada com Carcinoma Basocelular (CBC) acendeu um alerta importante nas redes sociais. Conhecido por ser silencioso e muitas vezes confundido com lesões simples, este é o tipo de câncer de pele mais frequente no Brasil. Mas, afinal, o que caracteriza essa doença e quando devemos nos preocupar?
Para esclarecer todas as dúvidas, a CARAS Brasil conversou com a Dra. Natasha Crepaldi, dermatologista, fundadora da clínica Crepaldi e referência em saúde e beleza. Abaixo, entenda o diagnóstico, os riscos e como se prevenir.
O que é o Carcinoma Basocelular?
Ao receber o diagnóstico, é comum o susto imediato. No entanto, a especialista tranquiliza quanto à agressividade do tumor, embora ressalte a necessidade de tratamento rápido.
“O carcinoma basocelular é o tipo mais comum de câncer de pele e, ao mesmo tempo, o menos agressivo na maior parte dos casos. Ele surge de células da pele, tem um crescimento lento, com baixíssima chance de dar metástase, ou seja, de se espalhar para outros órgãos”, explica Dra. Natasha.
Ela adverte, porém, sobre os riscos da negligência:
“O problema é que, se for ignorado, ele pode invadir estruturas mais profundas e causar deformidades importantes, principalmente em áreas como nariz, pálpebras e orelhas. A boa notícia é que, quando diagnosticado cedo, as taxas de cura são altíssimas.”
Sinais de alerta
Muitas vezes, o CBC passa despercebido por parecer algo inofensivo. Segundo a médica, os sinais costumam ser “muito discretos, por isso tanta gente demora para procurar ajuda”.
Leia também: Mari Weickert derrete corações ao compartilhar um adorável registro de sua filha: ”Pingo junino”
Fique atento a estes sintomas listados pela dermatologista:
- ‘Feridinha’ que não cicatriza em algumas semanas ou que melhora e volta a abrir.
- Lesão que sangra com facilidade ao lavar o rosto, secar com a toalha ou fazer a barba.
- Carocinho ou ‘espinha’ perolada, com brilho, às vezes com vasinhos finos na superfície.
- Mancha ou placa rosada/avermelhada que descama ou forma casquinha de forma repetida.
- Área da pele com aspecto de cicatriz recente, mais endurecida e esbranquiçada, sem motivo claro.
“Qualquer alteração assim, principalmente em áreas muito expostas ao sol, como rosto, couro cabeludo em quem tem pouca cobertura de cabelo, colo ou ombros, merece avaliação com o dermatologista“, pontua.
Quem corre mais risco no Brasil?
Vivemos em um país tropical com altos índices de radiação UV. A Dra. Natasha reforça que “praticamente todo mundo está mais exposto ao sol do que imagina“, mas elenca os grupos mais vulneráveis:
- Pessoas de pele clara, olhos claros, cabelos loiros ou ruivos.
- Quem já teve câncer de pele ou tem histórico familiar.
- Profissionais que trabalham ao ar livre (construção, agricultura, esporte, trânsito).
- Quem teve muitas queimaduras solares na infância e adolescência.
- Imunossuprimidos (transplantados, algumas doenças autoimunes, uso crônico de certos medicamentos).
Tratamento e chances de cura
Para quem recebeu o diagnóstico, como Mariana Weickert, a perspectiva é positiva.
“Na grande maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico: a lesão é retirada com uma margem de segurança de pele saudável ao redor. Em áreas mais delicadas do rosto, ou em tumores maiores e recidivados, muitas vezes usamos a cirurgia micrográfica (cirurgia de Mohs), que permite controlar as margens ao microscópio durante a cirurgia e preservar o máximo possível de tecido saudável“, detalha a especialista.
Além da cirurgia, existem alternativas dependendo do caso:
“Dependendo do tipo e do local do tumor, também podemos lançar mão de outras técnicas, como curetagem e eletrocoagulação, criocirurgia, tratamentos tópicos em casos muito selecionados, radioterapia ou, em doença avançada, medicações sistêmicas específicas.”
A médica reforça o otimismo com o tratamento precoce:
“Quando o carcinoma basocelular é diagnosticado pequeno e completamente removido, as taxas de cura passam de 95%. O risco de recidiva é maior em tumores grandes, localizados em áreas de alto risco (nariz, canto interno dos olhos, orelhas), em subtipos histológicos mais agressivos e em pacientes imunossuprimidos.”
Após o procedimento, a regra é clara:
- Manter seguimento regular com o dermatologista.
- Redobrar os cuidados de fotoproteção.
- Ficar atento a qualquer nova lesão suspeita e não postergar a avaliação.
“Quem teve um câncer de pele uma vez tem risco maior de desenvolver novas lesões ao longo da vida, então o acompanhamento é fundamental”, alerta.
Prevenção
O caso da apresentadora serve como um lembrete poderoso sobre a proteção solar.
“Nem todo caso é 100% evitável, porque existem fatores genéticos e individuais, mas a maioria dos carcinomas basocelulares está diretamente ligada ao excesso de sol acumulado ao longo da vida”, diz Dra. Natasha.
Para se proteger, a médica indica o caminho:
- Levar a sério a fotoproteção diária, e não só na praia ou na piscina.
- Evitar queimaduras solares, especialmente na infância e adolescência.
- Abandonar definitivamente o bronzeamento com câmaras ou luzes artificiais, que já é proibido para fins estéticos no Brasil.
- Fazer autoexame da pele periodicamente e incluir a consulta com dermatologista na rotina de check-up anual.
- Procurar ajuda ao primeiro sinal de ‘feridinha’ que não cicatriza ou mancha esquisita.
A dermatologista finaliza ressaltando a importância dos cuidados básicos: “Usar filtro solar de amplo espectro, FPS 30 ou mais, reaplicando a cada 2 a 3 horas quando estiver ao ar livre” e “Evitar exposição entre 10h e 16h”.
“O relato da Mariana ajuda justamente nisso: lembrar que, mesmo em pessoas jovens, cuidadosas e informadas, o câncer de pele acontece. E que olhar para a pele com atenção e procurar diagnóstico precoce faz toda a diferença no tamanho da cirurgia, na cicatriz e na tranquilidade do tratamento”, conclui Dra. Natasha Crepaldi.
CONFIRA PUBLICAÇÃO RECENTE DA CARAS BRASIL NAS REDES SOCIAIS:
