O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, informou, nesta segunda-feira (22), que o presidente Nicolás Maduro enviou uma carta aos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em que denuncia as agressões de Washington contra Caracas e alerta para o risco de uma desestabilização econômica a nível global.
Na mensagem, lida pelo chanceler durante um comunicado oficial, o governo afirma que o bloqueio de navios petroleiros que transportam o petróleo venezuelano não vai impactar apenas a economia do país caribenho.
“O bloqueio e a pirataria contra o comércio energético venezuelano afetará o fornecimento de petróleo e energia, aumentará a instabilidade dos mercados internacionais e prejudicarão as economias da América Latina, do Caribe e do mundo, especialmente nos países mais vulneráveis”, diz a carta lida por Yván Gil.
O governo Maduro afirma que “a energia não pode se tornar uma arma de guerra nem um instrumento de coerção política”. Caracas também disse que a escalada militar da Casa Branca “ameaça desestabilizar toda a região e o sistema internacional como um todo”.
A carta foi enviada após uma nova investida de Washington contra navios petroleiros. No sábado (20), militares dos Estados Unidos sequestraram um segundo navio privado que transportava 1,8 milhão de barris de petróleo bruto venezuelano. Foi a segunda ação do tipo em uma semana.
A pedido da Venezuela, o Conselho de Segurança da ONU deve se reunir nesta terça-feira (23) para discutir as ações militares dos Estados Unidos contra o país caribenho.
Ainda nesta segunda-feira, o chanceler Yván Gil emitiu um comunicado em suas redes sociais em que afirma que manteve uma ligação telefônica com seu par russo, Sergei Lavrov.
Na conversa, o governo russo, de acordo com o comunicado venezuelano, defendeu a discussão do caso no Conselho de Segurança da ONU e manifestou seu apoio ao governo Maduro diante das investidas do governo de Donald Trump.
“O chanceler russo afirmou que a Rússia prestará toda a sua cooperação e apoio à Venezuela contra o bloqueio, manifestando total respaldo às ações empreendidas no âmbito do Conselho de Segurança da ONU”, disse Gil.
Na conversa, Lavrov teria dito que “esse tipo de agressão não pode ser tolerado”.
O governo chinês, principal comprador do petróleo venezuelano, também saiu em defesa do país caribenho nesta segunda-feira e afirmou que o sequestro de embarcações pelos Estados Unidos violam o direito internacional.
“Ao apreender arbitrariamente embarcações de outros países, os EUA violaram seriamente o direito internacional. A China se posiciona contra sanções unilaterais ilícitas que não tenham base no direito internacional ou autorização do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores.
Além disso, Jian disse que o governo Maduro conta com respaldo internacional. “A posição da Venezuela de defender seus direitos e interesses legítimos conta com a compreensão e o apoio da comunidade internacional.”
