O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, disse nesta quinta-feira (18) que o governo federal não protege ninguém de operações da PF (Polícia Federal). Mais cedo, Adroaldo Portal, ex-secretário-executivo da pasta, foi preso, suspeito de participar do esquema de irregularidades no pagamento de descontos associativos a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
“Seguimos nessa mesma toada de buscar os responsáveis. Esse governo não protege ninguém. A prova disso é que há uma ampla liberdade dos órgãos de controle, da CGU (Controladoria-Geral da União) e da PF, para investigarem todas as esferas do governo, para nós encontrarmos quem foram os responsáveis pelas fraudes, punir e trazer de volta cada centavo — o presidente da República quer que traga de volta aos cofres públicos cada centavo desviado”, disse o ministro.
Na mesma coletiva, Queiroz afirmou que não sabia do possível envolvimento de Portal no esquema de fraudes do INSS. Após a operação, o governo determinou que o secretário fosse exonerado do cargo.
Ao todo, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares, expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
As ações ocorrem nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.
A operação desta quinta tem como objetivo “esclarecer a prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”.
A CNN Brasil tenta contato com a defesa de Portal. O espaço está aberto.
Relembre a operação Sem Desconto
A primeira fase da operação Sem Desconto foi deflagrada pela PF e pela CGU (Controladoria-Geral da União) em 23 de abril deste ano. A ação revelou um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
Na época, os investigadores estimavam que as fraudes podiam chegar a cerca de R$ 6 bilhões. De lá para cá, ao menos 18 pessoas foram presas, entre políticos e empresários.
Com a ação de hoje, já são nove fases da operação realizadas pela Polícia Federal.
