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Após repercussão negativa, deputado bolsonarista exonera esposa, cunhada e dois concunhados | G5News

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Após repercussão negativa, deputado bolsonarista exonera esposa, cunhada e dois concunhados | G5News

EDUARDA LEITE

REDACAO G5

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, exonerou a esposa, uma cunhada e dois concunhados que ocupavam cargos comissionados em seu gabinete na Câmara dos Deputados. Juntos, os quatro familiares receberam mais de R$ 2,1 milhões em salários desde que começaram a trabalhar no Congresso.

As exonerações ocorreram após repercussão negativa das nomeações, reveladas em reportagem do portal Metrópoles. Em nota, a assessoria de imprensa do parlamentar confirmou que os quatro “não mais integram a equipe” e não detalhou se as demissões foram pedidas pelo deputado ou pela própria Câmara.

A apuração mostrou que Elizabeth Dias de Oliveira, esposa de Chrisóstomo, foi nomeada em abril de 2020 e recebeu cerca de R$ 1,2 milhão até ser desligada. No cargo de assessora parlamentar, ela chegou ao teto salarial do posto, com remuneração bruta de R$ 18.719,88.

A cunhada do deputado, Naara Star de Oliveira Souza Dias, ingressou no gabinete em julho de 2022 como ocupante de Cargo de Natureza Especial (CNE), recebendo R$ 386,5 mil em salários desde então. Já a concunhada, Gabriela Aparecida de Lima Oliveira, teve aumento expressivo em pouco mais de um ano: começou com vencimento de R$ 1.991,91 e, em junho de 2023, já recebia R$ 13.437,29, acumulando R$ 532,7 mil em remunerações.

O quarto nomeado, Luy Ferreira Sobral — namorado de Naara —, foi contratado em agosto deste ano, com salário bruto de R$ 18.719,88 e benefícios que elevaram o total mensal a R$ 23,8 mil.

Procurado pela reportagem, Coronel Chrisóstomo afirmou que “não via problemas” nas nomeações e argumentou que “todos já trabalhavam na Câmara antes da união estável”. No entanto, documentos oficiais obtidos pelo Metrópoles mostram que apenas Elizabeth, a esposa, atuava no gabinete antes da formalização da união em cartório, em 1º de janeiro de 2022.

A Câmara dos Deputados não informou se investigará o caso. Nomeações de familiares diretos em cargos comissionados configuram nepotismo, prática proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2008, embora os gabinetes parlamentares frequentemente aleguem “vínculos funcionais anteriores” para justificar exceções.

Nos bastidores, aliados do PL avaliam que o episódio pode pressionar a cúpula do partido a estabelecer diretrizes mais rígidas sobre contratações nos gabinetes, especialmente após recentes casos de nomeações de parentes de políticos bolsonaristas no Congresso.

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