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Às vésperas da COP30, PRODES mostra queda no desmatamento consolidado na Amazônia

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Às vésperas da COP30, PRODES mostra queda no desmatamento consolidado na Amazônia

Entre agosto do ano anterior e julho de 2025, a área desmatada no bioma foi de 5.796 km, uma queda de 11,08%

Para o Greenpeace Brasil, o resultado é positivo, mas ainda é necessário um plano de ação global para proteção das florestas para zerar o desmatamento até 2030

Monitoramento aéreo de fogo e desmatamento na Amazônia feito pelo Greenpeace Brasil em agosto de 2025 © Marizilda Cruppe / Greenpeace

São Paulo, 30 de outubro de 2025 – Os dados do PRODES divulgados hoje (30) pelo Ministério do Meio Ambiente e Clima (MMA) apresentam queda de 11,08% no desmatamento consolidado na Amazônia, em relação ao período anterior. A área desmatada na Amazônia entre agosto de 2024 e julho deste ano foi de 5.796 km, a menor taxa de desmatamento em 11 anos, e a terceira menor da série histórica, desde 1988, além de representar uma redução de 50% em relação a 2022. 

“O resultado é positivo, mas ainda há espaço para avanços. É fundamental estabelecer salvaguardas permanentes e institucionalizadas, que não dependam de ciclos ou disposição governamental, além de assegurar a implementação de planos de ação robustos para períodos de maior vulnerabilidade climática.”, afirma a porta-voz da frente de Desmatamento Zero do Greenpeace Brasil, Ana Clis Ferreira.

Zerar o desmatamento é fundamental para a contribuição do país no combate à crise climática. A agropecuária e o desmatamento representam 75% das emissões domésticas de Gases de Efeito Estufa. De acordo com estimativas do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, 48% das emissões vieram de mudança do uso da terra e 27% foram provenientes da agropecuária, sobretudo a pecuária.

“É fundamental avançar na destinação de terras públicas para conservação e uso sustentável, demarcar e homologar territórios indígenas, titular comunidades quilombolas. Além disso, também é preciso bloquear todos os caminhos utilizados pelos desmatadores, com ações estruturantes e medidas de longo prazo, tais como vedar crédito, regular efetivamente os fluxos financeiros que ainda beneficiam quem desmata, aumentar transparência de informações socioambientais e implementar mecanismos que promovam a rastreabilidade total de produtos agropecuários”, complementa Ferreira.

COP30 e o Plano de Ação Para Florestas

Entre os possíveis desdobramentos da COP30, que inicia no dia 10 de novembro, em Belém, surge uma oportunidade única para o Brasil liderar um plano de ação global visando o fim do desmatamento e da degradação florestal até 2030, aproveitando sua experiência e legitimidade na agenda de conservação de florestas. Embora a meta tenha sido assumida em 2023, durante a COP28, é necessário torná-la concreta por meio de mecanismos de implementação.

“Esse é um momento chave para a liderança ambiental do Brasil. Exemplo internacional no combate ao desmatamento e presidente da COP30, o Brasil tem nas mãos a chance de fazer história. É hora de transformar sua expertise na defesa das florestas e sua inteligência diplomática para liderar, na COP30, um plano de ação para a implementação da meta de deter e reverter o desmatamento e a degradação ambiental até 2030. Esse seria um grande passo para consolidar uma nova era de implementação do Acordo de Paris e uma grande vitória, mostrando que o multilateralismo pode sim dar respostas à altura dos desafios da crise climática.”, afirma a especialista em política internacional do Greenpeace Brasil, Camila Jardim.

O Greenpeace Brasil apresenta um plano de ação para colocar as florestas no centro das negociações climáticas. A proposta defende a criação de um Programa de Trabalho de cinco anos no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), com a missão de implementar e monitorar a meta global de deter e reverter o desmatamento até 2030.

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