No intervalo de poucos meses, ao menos 50 funcionários do ABC Brasil deixaram o banco para assumir novas funções no Asa, financeira de Alberto Safra, herdeiro do Banco Safra. A instituição comandada pela Arab Banking Corporation não foi a única a sofrer baixas com o avanço do Asa. Também foram alvos os bancos Sofisa e Fibra.
O movimento do Asa chamou a atenção não só pelo volume de pessoas contratadas, mas também por causa das propostas agressivas feitas aos profissionais. As negociações incluíram “luvas” — pagamento adiantado para garantir o vínculo — variou de R$ 1 milhão a R$ 9 milhões, dependendo do funcionário.
O ABC até tentou reagir, oferecendo pacotes de benefícios para tentar manter alguns dos quadros, mas, na maioria dos casos, o Asa cobriu as propostas. A investida foi considerada hostil por muitos integrantes da Faria Lima.
O Asa foi criado após Alberto Safra se desentender com o irmão. Antes, ele comandava o setor de crédito do banco da família, o Safra. Alberto entrou em litígio com a família contra o que dizia ter sido uma diluição injusta de sua herança após a morte do pai. Os herdeiros, no entanto, entraram em um acordo em julho de 2024 e o processo que tramitava em Nova York foi encerrado, abrindo caminho para o Asa.
Em agosto deste ano, o Asa obteve junto ao Banco Central licença de Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI) e passou a ter acesso a novas fontes de funding, como CDBs, LCAs, LCIs e CRIs.
A família Safra é uma das mais ricas do Brasil, com Vicky Safra — viúva de Joseph Safra e mãe de Alberto Safra — liderando como a mulher mais rica do país, com patrimônio de R$ 120,5 bilhões.
