Faz tempo que o futebol brasileiro não é mais o mesmo dos áureos tempos de craques imortais em diversas gerações — de Zizinho a Pelé e Garrincha, passando por Gérson, Tostão e Rivelino; mais adiante, com Falcão, Cerezo e Zico; o aguardado tetra com a geração de Romário; e o festejado penta com Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.
Claro que tivemos centenas de outros craques, ou apenas ótimos jogadores, que fizeram carreiras vitoriosas, gloriosas e que lhes renderam muita fama e dinheiro.
Hoje em dia observamos as dúvidas e incertezas do sofisticado técnico Carlo Ancelotti para identificar os melhores jogadores, escalar o time titular e oferecer um padrão de jogo capaz de tentar reconquistar uma Copa do Mundo depois de cinco edições fracassadas nos últimos 24 anos. Em 2026, a esperança é grande, mas já passou do ponto a quantidade de coisas estranhas no futebol brasileiro.
Agora deixo de tratar dos jogadores e entro em outros aspectos grotescos que vêm acontecendo, equilibrando-se com fatos notáveis, como a campanha do singelo Mirassol, que saiu das divisões inferiores, com pequena torcida, e tornou-se o quarto colocado da Série A do Campeonato Brasileiro, com direito a vaga direta na Copa Libertadores da América. Ou a incrível salvação do Internacional na luta contra o rebaixamento, que pegou o Ceará de surpresa, já que entrou na perigosa zona apenas na última rodada.
Nada mais grotesco do que o Conselho Deliberativo do Coritiba ter se reunido para retirar a homenagem prestada ao falecido presidente Renato Follador Júnior dentro do estádio Couto Pereira. Uma injustiça e uma grosseria com a memória do ex-jogador, filho e irmão de ex-jogadores e ex-presidente do Coxa.
Menos mal que a comissão de ex-presidentes, liderada por João Jacob Mehl, se opôs por unanimidade à perturbadora decisão do Conselho Deliberativo, e o caso pode acabar na Justiça.
Também é preocupante a caótica situação do Paraná Clube, sem que se ouça um mínimo de satisfação e respeito à sua grande torcida.
Grotescas também têm sido as camisas usadas pelo Athletico a título de inovação mercadológica ou marketing avançado, absolutamente horrorosas e que não combinam com a rica e centenária história do clube, que sempre usou a camisa rubro-negra, nas primeiras décadas em sentido horizontal e, inteligentemente, de 1988 em diante, em sentido vertical. Nem falo do novo distintivo, que não tem nada a ver com a tradição atleticana do escudo redondo e de fácil identificação.
Quanto ao movimento do Flamengo contra os gramados sintéticos, à grave crise política e financeira de alguns dos maiores clubes do futebol brasileiro e ao baixo nível técnico das arbitragens e da própria operação do VAR, prefiro deixar para outra hora — outro ano ou outra década.
