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Ave extinta há mais de 3 séculos pode voltar à vida, segundo cientistas

by admin

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Extinto há cerca de 300 anos, o dodô voltou ao centro das atenções da comunidade científica mundial. Símbolo clássico da extinção causada pela ação humana, a ave que habitava a ilha de Maurício, no oceano Índico, é hoje alvo de um ambicioso projeto de “desextinção” liderado pela empresa norte-americana Colossal Biosciences. Segundo os pesquisadores envolvidos, os recentes avanços na engenharia genética tornaram, pela primeira vez, plausível a criação de uma ave com características muito próximas às do dodô — ainda que o retorno da espécie exatamente como existiu no passado não seja garantido.

Diferentemente do que ocorreu com a ovelha Dolly, o processo não envolve clonagem direta, técnica considerada inviável para aves devido às particularidades reprodutivas desses animais. No lugar disso, os cientistas utilizam edição genética avançada, baseada na modificação do DNA de espécies vivas aparentadas ao dodô, como determinados tipos de pombos, seus parentes evolutivos mais próximos.

Como funciona o projeto de “desextinção”

Os pesquisadores não possuem um genoma completo e intacto do dodô. O que existe são fragmentos de DNA antigo, extraídos de fósseis, ossos e tecidos preservados, além de reconstruções genéticas feitas por meio da comparação com espécies atuais. A partir desse material, os cientistas identificam genes-chave responsáveis por características marcantes da ave, como tamanho, formato do bico, plumagem e incapacidade de voo.

Esses genes são então editados e inseridos no genoma de espécies modernas aparentadas, com o objetivo de gerar um animal híbrido, biologicamente funcional e com aparência e comportamento semelhantes aos do dodô original.

De acordo com a Colossal Biosciences, os primeiros resultados práticos do projeto podem surgir entre cinco e sete anos, caso os desafios técnicos sejam superados. O cronograma, no entanto, depende de fatores como a viabilidade embrionária, o desenvolvimento saudável das aves e debates éticos e ambientais sobre a reintrodução de espécies extintas.

O dodô e sua extinção

O dodô (Raphus cucullatus) era uma ave não voadora que vivia exclusivamente na ilha de Maurício. Sem predadores naturais, desenvolveu comportamento dócil e pouca capacidade de defesa. A chegada de humanos no século XVII marcou o início de seu desaparecimento: a caça indiscriminada, a destruição do habitat e a introdução de animais invasores, como ratos e porcos, levaram à extinção da espécie em poucas décadas.

Hoje, o dodô é um dos exemplos mais emblemáticos do impacto humano sobre a biodiversidade. Para os cientistas, o projeto de desextinção vai além de “trazer uma espécie de volta”: ele também pode ajudar no desenvolvimento de tecnologias voltadas à conservação de espécies ameaçadas atualmente.

Apesar do otimismo, especialistas ressaltam que o processo levanta questões éticas e ecológicas importantes. Ainda assim, a possibilidade de ver novamente uma ave semelhante ao dodô representa um marco científico — e um lembrete poderoso das consequências e responsabilidades humanas sobre a vida no planeta.

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