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Bessent associa sem qualquer prova alta da carne a imigrantes que trazem gado doente da América do Sul

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O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, associou sem provas a inflação da carne bovina no país a imigrantes da América do Sul. Perguntado durante entrevista sobre a alta no preço da proteína animal em meio ao tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump às importações do produto, ele afirmou que a carestia tem a ver com imigrantes que levam aos EUA gado doente.

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Bessent abordou o assunto durante participação neste domingo no programa Sunday Morning Futures, da Fox News. O secretário foi questionado pela apresentadora Maria Bartiromo sobre uma fala recente de Nate Rempe, CEO da Omaha Steaks, marca americana de carnes.

Em entrevista ao canal de notícias na sexta-feira, o executivo afirmou que o preço da carne vermelha deve continuar subindo no país, e alertou que a redução na oferta de gado deve levar os americanos a pagar US$ 10 pela libra de carne moída, cerca de 450 gramas.

Em resposta, o chefe do Tesouro atribuiu os altos preços a imigrantes da América do Sul que estariam chegando aos EUA com cabeças de gado infectadas por uma doença.

“Esses migrantes trouxeram parte de seu gado com eles. Portanto, parte do problema é que tivemos de fechar a fronteira para a carne bovina mexicana por causa dessa doença chamada “screwworm” (mosca da bicheira). Não vamos permitir que isso entre na nossa cadeia de abastecimento”, afirmou Bessent.

A carne bovina vem pesando no bolso das famílias americanas. O preço sobe acima da média nos últimos meses, com alta de 1,2% em setembro, 2,7%, em agosto, e 1,5%, em julho. Os comentários de Bessent foram alvo de críticas nas redes, com imagens de vacas embarcando em aviões ou sendo catapultadas por cima do muro na fronteira com o México.

Economistas atribuem as altas a reflexos do tarifaço imposto por Trump em abril, quando o presidente determinou taxas de 10% contra diversos países que exportam produtos aos EUA, incluindo a carne bovina, que não entrou na lista de exceções divulgada pela Casa Branca posteriormente. No caso da carne brasileira, a taxação ainda inclui uma sobretaxa de 40%.

O aumento no custo de vida faz a população pressionar o governo. Num reconhecimento implícito de que a política tarifária pressionou os preços nos EUA, Trump eliminou na sexta-feira as chamadas tarifas recíprocas para carne bovina, tomate, café, banana, açaí e outros produtos agrícolas. No caso do Brasil, continua valendo a sobretarifa de 40%.

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