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BNDES capta R$ 7,9 bi com bancos de fomento europeus para investimentos em projetos sustentáveis

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O BNDES aproveitou a COP30, a conferência anual das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, que ocorre pelo menos até o próximo dia 21 em Belém (PA), para anunciar, nesta quarta-feira, a captação de 1,28 bilhão de euros (R$ 7,89 bilhões) junto a instituições de fomento europeias para financiar investimentos em projetos sustentáveis.

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Desse valor, 1 bilhão de euros (R$ 6,17 bilhões) irão pata o Fundo Clima, mantido pelo Ministério de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA) e operado financeiramente pelo BNDES. É a segunda captação bilionária para o fundo neste mês.

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Semana passada, nos primeiros dias da reunião de cúpula de líderes que antecedeu à COP30, o Tesouro Nacional anunciou a captação no exterior de US$ 1,5 bilhão em “títulos verdes”, que também deverão ser destinados ao Fundo Clima — as duas emissões anteriores desse tipo tiveram esse fim.

Fonte de recursos mais baratos

A capitalização do Fundo Clima tem sido uma das principais estratégias da atual gestão do BNDES para aumentar o poder de fogo em recursos subsidiados, com juros abaixo dos de mercado, sem mexer na TLP, a taxa de referência do banco de fomento, que segue as cotações dos títulos da dívida pública da União.

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Criado no fim de 2009, o Fundo Clima sempre teve pouco calibre financeiro. Originalmente, era abastecido com dotações esporádicas previstas no Orçamento da União e convênios com governos e empresas estatais e uma parcela dos recursos das participações especiais sobradas sobre a produção de petróleo e gás natural.

No terceiro governo Lula, iniciado em 2023, a diretoria do BNDES, liderada pelo presidente Aloizio Mercadante, e o Ministério da Fazenda estabeleceram a estratégia de turbinar o Fundo Clima, com recursos captados com o lançamento de “títulos verdes” (ou “green bonds”) no exterior.

Desde então, foram três emissões do tipo. As duas primeiras, de US$ 2 bilhões cada, resultaram em dois aportes de R$ 10 bilhões no Fundo Clima. Com a emissão de mais US$ 1,5 bilhão em títulos verdes semana passada, a expectativa é de que haja mais um aporte bilionário no fundo — no início do governo, a diretoria do BNDES falava em R$ 10 bilhões por cada um dos quatro anos de gestão.

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Turbinado, o Fundo Clima tem servido de fonte de recursos para o banco de fomento compor empréstimos com taxas de juros um pouco menores do que as de mercado, desde que as operações sejam destinadas para investimentos enquadrados na finalidade, como energia renovável.

Consórcio de bancos europeus

O 1 bilhão de euros anunciado nesta quarta-feira virão do KfW, o banco de desenvolvimento da Alemanha, um dos maiores do mundo; da AFD, a agência de fomento francesa; e da italiana CDP.

As três instituições de fomento europeias farão o aporte por meio da JEFIC, rede de bancos de desenvolvimento europeus destinada ao cofinanciamento, informou o BNDES.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante (centro), ao lado de representantes de instituições de fomento europeias, no anúncio da captação de recursos — Foto: Divulgação/BNDES

Segundo Mercadante, o aporte dos europeus no Fundo Clima é “uma demonstração da importância estratégica extraordinária desse instrumento do governo brasileiro na agenda da transição ecológica global”.

“O fortalecimento dos laços entre Brasil e União Europeia é parte de um movimento estratégico do governo do presidente Lula de ampliação das relações diplomáticas e econômicas”, disse o presidente do BNDES, em nota.

O valor total de captações anunciado pelo BNDES na COP30 foi maior porque inclui mais 280 milhões do KfW, em duas linhas, que não irão diretamente para o Fundo Clima, e serão destinadas para financiar projetos de mobilidade urbana e energia renovável.

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