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Depois da euforia e dos gritos ensandecidos na última semana comemorando a “vitória” do PL da Dosimetria na Câmara, que prevê o abrandamento das penas para o ex-presidente golpista condenado Jair Bolsonaro (PL), a bancada da extrema direita na Casa viu a ficha cair nesta segunda-feira (15). O texto não tem chance alguma de ser aprovado no Senado Federal.
Após manifestações estrondosas em pelo menos 22 capitais brasileiras no domingo (14) e de um amontoado de juristas denunciar que o referido Projeto de Lei esconde um alívio nas penas para tudo quanto é tipo de criminoso, inclusive os mais perigosos e ligados a facções, a tal “vitória” da tropa de extremistas começou a ruir. O primeiro a deixar claro que a matéria não vai seguir em frente foi o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Otto Alencar (PSD-BA), que denunciou o nível baixíssimo de qualidade do PL da Dosimetria, uma redação que, segundo ele, vão completamente na contramão do PL Antifacção, além de apresentar outros problemas ainda mais graves.
No entanto, a pá de cal na proposta veio mesmo com a manifestação do relator do PL da Dosimetria na Câmara, o senador Espiridião Amin (PP-SC). Ele, um veterano bolsonarista, cravou que aquele texto não passa no plenário e nem na CCJ.
“O projeto [aprovado na Câmara] abrange outros tipos penais, desde corrupção até exploração sexual. Isso não vai passar. Tenho certeza que nenhum senador declarará seu voto a favor deste outro universo [não relacionado à trama golpista]”, disparou o catarinense.
Amin ainda tentou mostrar algum nível de entusiasmo, cogitando corrigir o texto, mas admitindo que por conta do péssimo PL isso será muito difícil de ser conseguido pelas mãos dos senadores.
“Como retirar do projeto esses pontos, de que forma fazer isso sem que ele volte para a Câmara? É um desafio à criatividade, mas há um esforço com relação a isso”, falou o senador, claramente desespenrançoso com a tarefa.
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