Willy Biondani
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Os produtores rurais Bob Vieira da Costa e Bia Pereira, fundadores do Azeite Sabiá, trazem para o Brasil sua segunda safra de azeites desenvolvidos em solo italiano.
O casal conduz olivais em duas regiões brasileiras distintas: a fazenda Campo Alto, em Santo Antônio do Pinhal, na Serra da Mantiqueira, com 17 hectares de oliveiras; e a fazenda Sabiá da Vigia, em Encruzilhada do Sul, no Rio Grande do Sul, onde o projeto ocupa 110 hectares nas Serras do Sudeste.
Mas desde o ano passado eles têm colhido olivas nas regiões italianas. A safra Sabiá Fatto in Italia 2025/2026 veio de Cilento e Campânia, no sul do país europeu. A marca brasileira, que aposta na produção internacional para garantir azeite fresco aos consumidores nacionais, desta vez traz um lote raro elaborado a partir da variedade Pisciottana, extraída de oliveiras monumentais com cerca de 500 anos de idade.
O azeite foi produzido sob a supervisão técnica de Nicolangelo Marsicani, referência internacional e conhecido na Itália como o “poeta dos azeites”, ao lado de Michele Siniscalchi e Emanuel De Costa, engenheiro agrônomo e mestre de lagar da marca.
Para preservar ao máximo o frescor, o lote foi transportado por via aérea, encurtando drasticamente o tempo entre a extração e a chegada ao mercado brasileiro.
A edição 2025/2026 dá continuidade ao projeto idealizado por que vêm construindo um modelo produtivo baseado em origem, técnica e respeito ao tempo da terra.
Um azeite nascido de árvores monumentais
Segundo Marsicani, a escolha da Pisciottana não foi casual. Durante uma visita à Itália, Bob e Bia se impressionaram com a imponência das oliveiras centenárias da região de Cilento e decidiram que o próximo azeite da marca deveria nascer de árvores com história.
“Quando me perguntaram a idade daquelas oliveiras e eu disse que tinham cerca de 500 anos, eles quiseram que esse azeite carregasse essa simbologia. Assim nasceu o Blend Sabiá Quinhentos 2025/2026”, explica o especialista.
Própria de Cilento, a Pisciottana é uma variedade que não é cultivada no Brasil e apresenta perfil sensorial marcante, elegante e fresco.
De acordo com Emanuel De Costa, o azeite revela aromas intensos de folha de tomate recém-cortada, ervas selvagens e notas verdes vibrantes. Na boca, surgem nuances de alcachofra, alface e ervas de campo, com uma picância delicada e bem equilibrada, que encerra a degustação com frescor e persistência.
Estratégia para manter azeite fresco o ano todo
A decisão de produzir novamente na Itália está diretamente ligada ao calendário agrícola. A safra brasileira do Azeite Sabiá se esgotou no fim de setembro e, assim como em 2024, a marca optou por lançar um azeite internacional enquanto aguarda a próxima colheita nacional, prevista para março de 2026.
O objetivo é garantir aos consumidores um azeite recém-extraído, fresco e sensorialmente íntegro, mesmo fora da janela produtiva brasileira.
O transporte aéreo foi uma escolha estratégica. Ao reduzir o intervalo entre colheita, extração, envase e chegada ao Brasil, a marca protege os compostos aromáticos e os polifenóis, elementos fundamentais para a complexidade, estabilidade e longevidade do azeite.
“Entre a colheita, extração e envase na Itália e o embarque aéreo para o Brasil, passaram apenas 15 dias”, conta Bob Vieira da Costa. “O maior gargalo acabou sendo a liberação documental no aeroporto de Guarulhos, que levou 18 dias para análise pelo Ministério da Agricultura, mesmo após a liberação rápida da Receita Federal e da Anvisa.”
Edição limitada e posicionamento premium
Indicado tanto para degustação pura quanto para finalizações culinárias, o Sabiá Fatto in Italia 2025/2026 é um azeite de personalidade, pensado para um público que valoriza origem, narrativa e excelência técnica.
Produzido em edição limitada, o azeite chega ao e-commerce da marca, à loja da fazenda Sabiá e ao Empório Santa Luzia, reforçando o posicionamento do Azeite Sabiá entre os projetos mais consistentes da nova olivicultura brasileira.
Mais do que um produto, o Sabiá Fatto in Italia simboliza a capacidade de produtores brasileiros dialogarem com tradições seculares da olivicultura mundial, sem abrir mão de identidade própria. Um azeite que conecta Serra da Mantiqueira, Serras do Sudeste gaúchas e oliveiras monumentais do sul da Itália, tudo dentro de uma mesma garrafa.
