O processo de reestruturação financeira dos Correios pode resultar em parcerias com empresas públicas e privadas, informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (18).
Segundo o chefe da pasta econômica, a Caixa Econômica Federal está interessada em fechar uma parceria com a empresa de serviços postais.
“Os Correios vão, depois da reestruturação, explorar vários caminhos. Dentre os quais, a possibilidade de parcerias com empresas públicas ou privadas”, disse Haddad a jornalistas.
O ministro afirmou que a capilaridade dos Correios dialoga com a estratégia de alguns produtos da Caixa Econômica Federal. Apesar do interesse, não há acordo formal firmado.
“Eu acredito que uma parceria vai ser necessária. É uma parceria que pode se dá de várias formas, mas eu vejo como promissor esse caminho. Tem interessados”, afirmou.
O processo de reestruturação dos Correios depende do aval do Tesouro Nacional. A empresa negocia um empréstimo de R$ 12 bilhões com um pool de bancos para iniciar a sua recuperação financeira.
Para o Tesouro Nacional entrar como avalista da operação, é necessário negociar um empréstimo com uma taxa de juros dentro do limite de 120% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
O Ministério da Fazenda informou que a pasta deve dar uma resposta sobre a operação dos Correios até a próxima sexta-feira (19).
No início de dezembro, a União reprovou outra operação de crédito dos Correios por considerar excessivos os juros pedidos pelo bancos.
À época, as instituições financeiras aceitaram fazer a operação de R$ 20 bilhões com juros de 136%, muito acima do limite de 120% do CDI.
Entenda
Os Correios registram um prejuízo superior a R$ 6 bilhões, no período acumulado de janeiro a setembro de 2025.
Diante da sua situação financeira, a empresa busca soluções para reequilibrar as contas, pagar dívidas e honrar os salários dos funcionários.
Para alcançar esse objetivo, os Correios elaboraram um plano de reestruturação que prevê, entre outras medidas, o fechamento de agências, a venda de imóveis e um programa de demissão voluntária — com potencial de desligar cerca de 15 mil funcionários entre 2026 e 2027.
