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Cantor apareceu careca e médica alerta sobre o motivo: “O tratamento precisa começar cedo”

by admin

A imagem de Eduardo Costa, aos 46 anos, subindo ao palco com a cabeça completamente raspada não passou despercebida pelos fãs em 2025. O visual chamou atenção não apenas pela mudança estética, mas pela explicação que veio junto. O cantor revelou que precisou recorrer a um transplante capilar depois de sofrer uma queda acentuada dos fios, consequência do uso de anabolizantes aliado a um período prolongado de estresse durante a pandemia. “Meu cabelo ficou ralo demais”, contou.

O relato do sertanejo abriu espaço para um debate cada vez mais presente nos consultórios médicos. O uso de esteroides anabolizantes, comum entre homens que buscam ganho rápido de massa muscular, pode desencadear alterações hormonais capazes de acelerar ou intensificar a queda de cabelo. A dúvida que surge, diante desse cenário, é direta e frequente: ainda dá tempo de reverter o quadro antes que a perda seja definitiva?

Segundo especialistas, a resposta é positiva na maioria dos casos, desde que o problema seja identificado cedo e acompanhado de forma adequada.

Quando ainda há chance de recuperar os fios

De acordo com a tricologista Dra. Márcia Dertkigil, ouvida pela CARAS Brasil, a possibilidade de recuperação depende diretamente do estado dos folículos capilares. Quando eles ainda estão vivos, mesmo que enfraquecidos, existem alternativas clínicas eficazes que podem evitar intervenções mais invasivas.

“Se os folículos ainda estiverem ativos, conseguimos estimular seu funcionamento. Hoje usamos uma combinação de terapias como microinfusão de medicamentos, laser de baixa intensidade, suplementos personalizados e até bloqueadores hormonais, sempre com acompanhamento médico”, afirma a Dra. Márcia.

A médica explica que muitos pacientes chegam ao consultório acreditando que a única solução é o transplante, quando, na prática, ainda há margem para tratamentos menos agressivos. O segredo está no tempo. Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de preservar o cabelo original.

Outro ponto importante destacado pela especialista é que a busca por ajuda médica não precisa, necessariamente, estar ligada à interrupção imediata do uso de anabolizantes, mas sim à avaliação individual de cada caso. “Quanto mais tempo o couro cabeludo é exposto a alterações hormonais como o excesso de DHT — hormônio estimulado pelos esteroides —, maior é a chance de que os fios não voltem a crescer naturalmente”, diz. “Entregando hoje existem medicamentos que bloqueiam o DHT nos folículos pilosos”, completa.

A ação desse hormônio está diretamente ligada à miniaturização dos fios, processo que faz com que o cabelo fique cada vez mais fino até desaparecer. Por isso, o acompanhamento especializado se torna fundamental para interromper esse ciclo antes que ele se torne irreversível.

Estresse, hormônios e o caminho até o transplante

No caso de Eduardo Costa, o cenário foi mais complexo. Além do uso de anabolizantes, o cantor relatou ter enfrentado um período de estresse intenso durante a pandemia, fator que pode ter acelerado ainda mais a perda capilar. A combinação desses dois elementos costuma potencializar os danos.

“Situações de estresse intenso favorecem o surgimento de um quadro chamado eflúvio telógeno, que leva à queda difusa dos fios. Quando esse tipo de queda acontece junto com uma calvície genética estimulada por hormônios, o impacto visual é ainda mais drástico”, explica a médica.

Nessas situações, quando os folículos deixam de responder aos estímulos clínicos, o transplante passa a ser a alternativa mais viável. Ainda assim, a tricologista reforça que o procedimento deve ser encarado como última opção. “O implante é indicado quando há perda definitiva dos fios. Mas o ideal é sempre tentar preservar o cabelo original com tratamentos preventivos e clínicos o quanto antes”, orienta.

Para a especialista, sinais aparentemente simples não devem ser ignorados. Afinamento dos fios, aumento da queda durante o banho ou ao pentear o cabelo e mudanças repentinas na densidade capilar são alertas claros de que algo não vai bem. “Quanto mais cedo for o diagnóstico, maior a chance de recuperação com tratamentos clínicos. O transplante deve ser sempre a última opção”, reforça.

O caso de Eduardo Costa acaba funcionando como um exemplo público de um problema silencioso que atinge milhares de homens. Mais do que a mudança no visual, a situação evidencia a importância da informação, da prevenção e do acompanhamento médico. Em muitos casos, cuidar do cabelo a tempo pode evitar não apenas a perda dos fios, mas também a necessidade de procedimentos mais complexos no futuro.

Dra. Márcia San Juan Dertkigil é médica (CRM-SP: 91277) tricologista formada pela Faculdade Estadual de Medicina da UNICAMP em 1997 com Residência médica em ultrassonografia na Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP/2001 e em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. É também médica assistente contratada do Caism UNICAMP por 11 anos. Possui Mestrado e Doutorado pela UNICAMP e foi CEO dos serviços de Diagnósticos Médicos Ultra-Diagnóstico em São Bernardo do Campo (SP) por 20 anos.

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