Carlinhos de Jesus, um dos maiores nomes da dança no Brasil, voltou a falar abertamente sobre o tratamento da doença autoimune que mudou sua rotina nos últimos meses. Aos 72 anos, o coreógrafo e jurado do Dança dos Famosos foi diagnosticado com neuro radiculopatia desmielinizante crônica após apresentar dores intensas na perna direita e instabilidade ao caminhar. O quadro o deixou sem andar por cinco meses, exigindo paciência, foco e uma rotina intensa de reabilitação.
Nesta quarta-feira (17), Carlinhos tranquilizou os fãs ao atualizar seu estado de saúde por meio das redes sociais. “É, minha gente, o tratamento continua a todo vapor com muita fisioterapia, hidroterapia e imunoterapia. Desistir nem pensar!”, escreveu o artista, demonstrando otimismo e determinação diante do desafio.
O dançarino já havia falado sobre a condição no programa Conversa com Bial, onde explicou como encarou o diagnóstico e a convivência com a doença. “Ainda no hospital, eu disse que tinha que aprender a falar esse nome direito, porque ia conviver com isso. E agora falo bem. Todo o revestimento dos nervos vai se desfazendo. Os nervos ficam sem proteção e sem comunicação”, relatou.
A doença, também chamada de polirradiculoneuropatia inflamatória desmielinizante crônica (PIDC), é considerada rara e pode evoluir a partir da síndrome de Guillain-Barré. Apesar de ser um quadro crônico, especialistas destacam que o tratamento adequado pode evitar incapacidades permanentes e permitir períodos de remissão, como explica o neurologista Tiago de Paula em entrevista à Quem.
Mesmo diante das limitações impostas pela doença, Carlinhos de Jesus segue como símbolo de resiliência, mostrando que informação, acompanhamento médico e persistência fazem toda a diferença no enfrentamento de condições autoimunes.
O que é a doença que atingiu Carlinhos de Jesus e quais são os sintomas?
A polirradiculoneuropatia inflamatória desmielinizante crônica é uma doença inflamatória e imunológica que afeta os nervos periféricos, comprometendo a comunicação entre o cérebro e os músculos. Segundo Tiago de Paula, neurologista especialista em Cefaleia e membro da International Headache Society (IHS) e da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), a fraqueza muscular é um dos principais sinais. “A fraqueza muscular pode surgir lentamente e ir progredindo. Frequentemente ela pode ser simétrica, acometendo braços e pernas”, explica o médico à Quem.
O especialista alerta que, em casos mais graves, o paciente pode deixar de andar e apresentar quedas frequentes, além de sintomas sensoriais como dormência, formigamento e alterações no equilíbrio. Apesar disso, ele reforça que muitos pacientes respondem bem ao tratamento. “Com os tratamentos, o paciente pode deixar de ter os sintomas e até ter uma remissão do quadro”, afirma, destacando que o acompanhamento médico contínuo é essencial para controlar possíveis recaídas.
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