A Polícia Civil do Amazonas prendeu um homem de 37 anos, na última quinta-feira, 11/12, pelo crime de abuso de vulnerável, após ser descoberto vivendo maritalmente com uma adolescente de 15 anos. As investigações revelaram um ciclo de violência e abusos que durou quatro anos, incluindo agressões filmadas e tortura com fogo.
O caso foi descoberto pela Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Lábrea, a 702 quilômetros de Manaus, após receber informações iniciais sobre um episódio de violência doméstica. A delegada Kelly Souto relatou a gravidade da situação: “No decorrer das investigações, descobrimos que atualmente a vítima tem 15 anos e, desde os 11, convivia maritalmente com o autor, que hoje tem 37 anos.”
A vítima, que é considerada legalmente vulnerável, chegou a engravidar do suspeito duas vezes, concebendo as filhas quando tinha apenas 12 e 13 anos. No momento da denúncia de violência doméstica, a adolescente estava de resguardo.
Investigação
A investigação trouxe à tona detalhes chocantes sobre a violência física e psicológica imposta à vítima. Segundo a delegada, em 26 de novembro deste ano, o homem desferiu vários socos e proferiu ameaças contra a adolescente na frente das próprias filhas. O ato violento foi registrado em vídeo pelo irmão do agressor.
“O vídeo mostra a forma violenta com que o infrator agrediu a adolescente, na frente das filhas. Ele ainda chegou a queimar a vítima com um isqueiro” relatou a delegada Kelly Souto. Diante da gravidade dos crimes, a Polícia Civil solicitou imediatamente à Justiça a prisão preventiva do agressor.
A ação policial, batizada de Operação Anjos do Purus, cumpriu o mandado de prisão preventiva. O delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), destacou o esforço da equipe, que precisou viajar por cerca de dois dias para realizar a prisão no município do interior.
“A atuação da DEP de Lábrea e do DPI evidencia que não há barreiras para que a Polícia Civil leve segurança pública ao interior do Amazonas e atue na proteção de crianças e adolescentes,” afirmou Mavignier.
A delegada Kelly Souto finalizou: “Com a prisão do autor, conseguimos libertar a adolescente, encerrando um ciclo de violência que durou quatro anos.” O homem responderá por estupro de vulnerável, lesão corporal e ameaça, no contexto da Lei Maria da Penha. Ele passará por audiência de custódia e permanece à disposição do Poder Judiciário.
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