Para quem estava acostumado com a Copa do Mundo de alta técnica, contando com as 16 melhores seleções do planeta, o aumento gradual de participantes foi indicando a perda de qualidade na maioria das partidas, até chegarmos ao absurdo de 48 países para jogos em três sedes: México, Estados Unidos e Canadá, no próximo ano.
A Copa do Mundo do exagero, da vaidade e dos interesses financeiros começou com um sorteio extenso e cansativo, que só conseguiu apresentar a tabela da primeira fase no dia seguinte. Sem esquecer, é claro, da reverência do presidente Gianni Infantino, da Fifa, ao então presidente Donald Trump, dos Estados Unidos.
A excentricidade de 48 países se deve ao culto à personalidade e ao autoritarismo do vaidoso Infantino. Vale destacar: se todas as seleções do próximo Mundial disputassem o Campeonato Brasileiro, metade delas cairia para a Série B, apenas por limitação técnica.
Mas vamos lá: afinal, o Brasil, único pentacampeão mundial e que não chega a uma semifinal há cinco Copas, está motivado pela presença do prestigiado e competente treinador Carlo Ancelotti. No entanto, é difícil acreditar que Ancelotti tenha considerado complicado o grupo formado por Marrocos, Haiti e Escócia.
Ao contrário do comandante da nossa seleção, considero o grupo uma moleza, desde que o famoso selecionado canarinho tenha um mínimo de entrosamento, padrão de jogo e personalidade para se impor aos adversários, algo que tem faltado ao time verde e amarelo há 23 anos.
O mais difícil será não se classificar na primeira fase, pois avançarão dois times de cada grupo, mais oito terceiros colocados. Um verdadeiro festival, que faria inveja ao Peladão do Nelson Comell, da velha Tribuna do Paraná.
O Brasil começará enfrentando Marrocos, em Nova Jersey, pertinho de Nova York, como dizia o histórico narrador radiofônico Fuad Kalil na transmissão da despedida de Pelé, do Cosmos, na década de 1970. O técnico marroquino está cheio de ideias e garante que vai surpreender na Copa do Mundo. A conferir.
Depois, o time enfrentará o bravo Haiti, na Filadélfia, e a tradicional e tecnicamente frágil Escócia, em Miami.
Com o número de jovens talentos à disposição, Carlo Ancelotti pode nos brindar com um time altamente competitivo, que lutará diretamente pelo hexacampeonato mundial.
