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Crise no Ceará amplia racha no bolsonarismo e isola Ciro Gomes, avalia cientista político

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A crise política no Ceará, após a articulação do PL com o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB), ajudou a acirrar a disputa interna no bolsonarismo e na extrema direita, avaliou o cientista político e professor Paulo Niccoli Ramírez. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ele destacou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) ganhou força ao rejeitar publicamente a aliança.

“Michele observou que não havia nenhuma coerência nesse tipo de aliança, exigindo exatamente aquilo que sempre foi característica do bolsonarismo, que era um perfil não só antissistema, mas também antidemocrático”, afirmou. Segundo o professor, ela saiu como a “mais lúcida nesse episódio todo” e com mais apoio entre os eleitores de extrema direita do que os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que condenaram publicamente a atitude.

Ramírez avaliou também que o episódio deixou Ciro Gomes ainda mais isolado politicamente. “Nesse imbróglio todo, Ciro Gomes não vai sair do fundo do poço; sai menor ainda e com o nome manchado porque vai ter que carregar essa marca de que cogitou-se o apoio de golpistas à sua candidatura”, analisou. Para o cientista político, a aproximação do pedetista com o PL representa “uma incoerência tremenda”.

O cientista político também relaciona o racha familiar ao enfraquecimento do campo bolsonarista após a prisão do ex-presidente. “Até agora não há nenhum candidato escolhido, nenhum nome decolou”, disse, mencionando as fragilidades dos filhos do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os vereadores Carlos Bolsonaro (PL), do Rio, e Renan Bolsonaro (PL), de Balneário Camboriú.

Diante disso, ele acredita que Michelle desponta como uma alternativa mais viável para a eleição de 2026. “Hoje, parece que passar o bastão para Michele Bolsonaro faz da candidatura dela mais competitiva”, apontou, embora avalie que a misoginia interna da direita dificulte uma união em torno do nome dela.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

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