A ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner permanecerá hospitalizada no Sanatório Otamendi, por conta de uma complicação pós-operatória. Ela foi submetida com sucesso a uma cirurgia de emergência para tratar uma apendicite aguda com peritonite localizada.
Segundo o último relatório médico, assinado pela diretora médica do hospital, Marisa Lanfranconi, a paciente apresenta sintomas compatíveis com íleo pós-operatório. Os profissionais de saúde realizaram uma tomografia computadorizada abdominal, que confirmou o diagnóstico.
O relatório médico especifica que a ex-presidente continua recebendo antibióticos intravenosos e está com um dreno peritoneal, observando que até o momento ela não apresentou febre. Nesse contexto, a equipe médica reafirmou a necessidade de manter sua internação até que seu quadro clínico se resolva completamente.
Cristina está cumprindo pena em prisão domiciliar, ratificada pelo Supremo Tribunal de Justiça. Ela recebeu autorização judicial para deixar sua casa no bairro de Constitución, em Buenos Aires, para realização da cirurgia, dada a gravidade do quadro clínico inicialmente avaliado pelos médicos que a examinaram em sua residência.
A hospitalização ocorreu depois que a ex-chefe de Estado relatou fortes dores abdominais e solicitou atendimento médico domiciliar. Após uma avaliação inicial, a equipe médica determinou que seus sintomas exigiam exames mais complexos e providenciou sua transferência imediata para o hospital.
O íleo pós-operatório é uma alteração transitória da função intestinal que pode ocorrer após uma intervenção cirúrgica e que, na maioria dos casos, se resolve com tratamento clínico, controle médico e repouso, sem a necessidade de novas cirurgias.
Até o momento, não há previsão de alta hospitalar. O hospital informou que a saúde do paciente será monitorada continuamente, com base na evolução clínica e na resposta ao tratamento.
A ex-presidente, que governou o país entre 2007 e 2015, foi transferida para o sanatório de sua casa no bairro de Constitución, em Buenos Aires, onde estava em prisão domiciliar desde junho de 2025 em conexão com o caso Vialidad.
Este caso é denunciado como perseguição política e judicial com o objetivo de inabilitá-la para o cargo , situação agravada por medidas recentes, como a colocação de uma tornozeleira eletrônica, autorizada pelo Supremo Tribunal.
A equipe de defesa da líder também questionou as condições impostas durante sua detenção, argumentando que existem restrições incomuns, como limites rigorosos às visitas e custódia permanente pela Polícia Federal, o que elimina qualquer risco de fuga.
O atual quadro de saúde se soma ao histórico médico relevante do presidente, que inclui cirurgia para um problema na glândula tireoide em 2012, uma coleção subdural em 2013 e uma histerectomia em 2021.
