A ex-deputada federal Carla Zambelli tem sido vítima de agressões dentro do Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma, onde cumpre pena desde julho. As agressões, que ocorreram ao longo de sua prisão, foram reveladas pelo senador Magno Malta, que esteve no local durante uma visita à ex-parlamentar. Com informações do Estadão.
De acordo com Malta, ela teria sido agredida por outras detentas pelo menos três vezes, informação inicialmente dada pelo senador durante o Culto Grande Clamor pelo Brasil, em 22 de dezembro. A declaração de Malta gerou controvérsia, e o próprio senador corrigiu a informação, confirmando que o número de agressões seria de duas e não três.
A defesa de Zambelli, por sua vez, confirmou os episódios de violência, mas informou que não houve registros formais das agressões junto às autoridades italianas. O advogado Fábio Pagnozzi afirmou que a ex-deputada preferiu manter a situação internamente, sem recorrer às autoridades competentes.
Ela foi condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto. A ex-parlamentar fugiu para a Europa após a condenação e foi presa na Itália.
Durante sua prisão, Zambelli enfrentou instabilidade no sistema penitenciário, conforme relatado pela sua defesa. A troca constante de detentas em sua cela teria agravado sua situação, sendo que algumas detentas a estranhavam, enquanto outras a protegiam.
A visita de parlamentares brasileiros a ela em setembro foi marcada por um tom de solidariedade. Magno Malta, acompanhado dos senadores Flávio Bolsonaro, Damares Alves e Eduardo Girão (Novo-CE), esteve no Complexo Penitenciário de Rebibbia, mas não houve menção a agressões físicas durante a visita.

Nos vídeos divulgados nas redes sociais, os parlamentares relataram o estado emocional dela, que demonstrava tristeza, saudades da família e sensação de abandono. A defesa dele revelou que a ex-deputada foi transferida de cela e de andar, após pedidos formais, para melhorar suas condições de segurança.
De acordo com o advogado, uma detenta mais experiente estava protegendo Zambelli, mas foi transferida para outra unidade. O advogado também relatou que, após sua transferência, Zambelli não sofreu mais agressões.
Malta, ao ser questionado sobre a omissão de informações sobre as agressões, explicou que não se manifestou publicamente sobre o ocorrido antes porque as informações haviam sido compartilhadas de forma reservada.
Além disso, ele afirmou que não havia indícios de lesões físicas, o que levou a uma abordagem mais cautelosa sobre a situação de Zambelli. Durante a visita, a ex-deputada relatou a Malta e aos outros senadores que, apesar das agressões, não houve ferimentos visíveis ou escoriações.
A situação foi tratada com discrição, uma vez que envolvia a delicada condição jurídica e de custódia da ex-deputada, que ainda enfrenta desafios legais e políticos no Brasil. O senador, em nota, explicou que a exposição pública dos incidentes foi adiada por questões de segurança e por respeitar o momento sensível vivido por ela em sua prisão.
