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Demissão do Paraná e acesso com Cuiabá

by admin

O técnico Allan Aal viveu uma situação curiosa durante a Série B do Campeonato Brasileiro de 2020. Demitido do Paraná Clube no final do primeiro turno, o treinador subiu com o Cuiabá para a elite na mesma temporada e ainda praticamente sacramentou o rebaixamento paranista para a Terceira Divisão.

Com problemas financeiros após a saída de Matheus Costa, o Tricolor apostou em uma solução caseira para comandar o time em 2020. Aal, que era auxiliar, ganhou a oportunidade com o objetivo inicial de manter o clube na Segundona do Campeonato Brasileiro.

Apesar da eliminação nas quartas de final do Paranaense para o Coritiba e da queda na terceira fase da Copa do Brasil para o Botafogo, o Paraná Clube começou bem a Série B e até liderou na oitava rodada. O resultado acima do esperado gerou uma expectativa muito grande no elenco e na comissão técnica.

Porém, o Tricolor teve uma queda de rendimento, e Aal foi demitido no final do primeiro turno, após a derrota fora de casa para o Cruzeiro por 2 a 0. O treinador deixou o clube em sexto lugar na Série B, com 28 pontos, a somente três do G4.

Em entrevista ao UmDois Esportes, o ex-técnico paranista recordou a surpresa com a demissão e disse que esperava por reforços para manter o sonho do acesso. “Terminamos [o primeiro turno] a três pontos do G4 e perdemos para o Cruzeiro no Mineirão por 2 a 0. Retornamos para Curitiba pensando no planejamento do clube fazer um esforço financeiro para trazer três ou quatro peças. Sou chamado na Vila Capanema para uma reunião achando que a gente ia tratar de contratação, mas era para a minha demissão”, lembra.

“Fui pego de surpresa, teve uma comoção grande dos atletas, que falaram que iriam conversar para reverter a situação, não era justo e estávamos jogando de igual para igual com todas as equipes. Na época, nós não tínhamos o apoio do torcedor [por conta da pandemia] e acredito que se tivéssemos, faríamos um primeiro turno até melhor”, afirma Allan Aal.

“Eu fiquei muito frustrado, via que poderíamos fazer uma competição muito tranquila. A pontuação foi de 28 pontos no primeiro turno, muito segura para conseguir o primeiro objetivo, que foi passado nas reuniões, que era a permanência”, complementa o técnico.

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Allan Aal subiu para a Série A e participou indiretamente da queda do Paraná Clube

Allan Aal durante Paraná Clube x Cuiabá em 2020. (Foto: Du Caneppele/Ofotografico/Gazeta Press)

Após a demissão, Allan Aal e Paraná Clube tiveram destinos opostos na mesma Série B. O técnico assumiu o Cuiabá durante o segundo turno e conquistou o primeiro acesso da carreira para a Série A. Por outro lado, o Tricolor teve a pior campanha do returno, com apenas duas vitórias em 19 jogos, e caiu para a Série C.

A curiosidade é que o Cuiabá venceu o Paraná Clube por 2 a 0, em plena Vila Capanema, na 36ª rodada da Série B. Com a vitória conquistada em Curitiba e os tropeços dos rivais, o Dourado comemorou o acesso antes mesmo do penúltimo jogo. Por outro lado, o Tricolor ganhou apenas mais um ponto nas duas partidas finais e foi rebaixado em sua última participação até hoje na Segundona.

“Eu acabo saindo do Paraná Clube muito chateado comigo mesmo pela situação, vou para o Cuiabá e conquisto o acesso. A gente conquista matematicamente, não sei se felizmente ou infelizmente, justamente contra o Paraná Clube, na Vila Capanema. A gente decreta o nosso acesso e praticamente o descenso do Paraná. Coincidências do futebol, histórias que a gente conta e quem não conhece, acha que estamos valorizando. Mas foi exatamente o que aconteceu”, conta Allan Aal.

Cinco anos depois, o técnico se consolidou na Série B, enquanto o Paraná disputa somente a Segunda Divisão do Campeonato Paranaense. Com carinho grande pelo clube, Aal lamentou a atual situação paranista. “A gente fica triste pela torcida, triste porque é um clube que me abriu as portas na Série B. Foi o primeiro clube que trabalhei em uma Série B de Campeonato Brasileiro e vou ser eternamente grato. Encontrei recentemente alguns funcionários da época na Vila Capanema e fiquei muito emocionado. O Paraná não merece, a gente espera que os torcedores e as pessoas que têm condições se movimentem para que reaja através da SAF ou soluções internas”, comenta.

“Quando falo para as pessoas fora do estado, todo mundo tem o mesmo sentimento: o Paraná faz falta para o futebol brasileiro, o Paraná faz falta para aqueles que gostam do futebol. Espero que o Paraná possa em breve estar forte e firme, lotando a Vila Capanema”, finaliza Aal.

Assista a entrevista completa com Allan Aal

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