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Depressão Cláudia continua a fazer estragos em Portugal: mais de duas mil ocorrências

by admin

A depressão Cláudia que assola Portugal desde a última quarta-feira e que já causou duas mortes no país continua a sobressaltar a população.

Segundo a Proteção Civil, entre as 14:00 do dia 12 de novembro e as 11:00 desta sexta-feira, registaram-se 2434 ocorrências, a maioria relacionadas com inundações (1357).

As fortes chuvas provocaram um aluimento de terras no Fundão, distrito de Castelo Branco, fazendo com que um homem tenha ficado preso no interior do carro junto a uma linha de água desde a noite de quinta-feira. O alerta foi dado pouco depois das 23:00.

O idoso, que esteve em contacto permanente com as autoridades, mas não conseguia indicar o local exato onde se encontrava, acabou por ser localizado na manhã desta sexta-feira. Conseguiu ir pelos seus próprios meios até um café para pedir ajuda.

“O homem foi encontrado com vida, a pé, às 10:15, na Quinta do Nascer”, adiantou fonte do Comando Sub-Regional das Beiras e Serra da Estrela à Lusa. Encontrava-se estável, embora com sinais evidentes de hipotermia.

De acordo com a mesma fonte, “o homem está a ser avaliado em relação ao estado de saúde” e deverá ser encaminhado para uma unidade hospitalar.

Nas buscas estiveram envolvidos elementos da GNR e dos bombeiros.

Veleiro encalhado

Duas pessoas, de nacionalidade belga, foram, esta sexta-feira, resgatadas de um veleiro que ficou encalhado na Cruz Quebrada, concelho de Oeiras. Ainda não se sabe se os ocupantes sofreram ferimentos.

A Polícia Marítima recebeu pelas 05:40 o alerta de que o veleiro “Surf”, que seguia em direção à Marina de Cascais, estava com dificuldades de manobra, na entrada da barra de Lisboa, perto de Caxias. Por volta das 7:15, a embarcação começou a derivar à passagem pela ribeira do Jamor onde acabou por encalhar, tendo o resgate sido feito pouco antes das 9:00.

O veleiro ainda não foi retirado do mar.

As sub-regiões mais afetadas pelo temporal são a Península de Setúbal (577) a Grande Lisboa (265) e o Algarve (251), onde as chuvas e ventos fortes causaram acidentes rodoviários, deslizamentos de terras, bem como queda de árvores e estruturas, o que danificou casas, estradas e veículos.

Em Azeitão, no concelho de Setúbal, uma estrada abateu na sequência de um aluimento de terras: abriu-se um buraco decinco a seis metros que obrigou ao corte total da via nos dois sentidos.

Há registo de vários locais alagados no distrito de Setúbal, incluindo o mercado de Sines.

Ventos de quase 130 km/hora

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a rajada de vento máxima na quinta-feira foi registada nas Penhas Douradas: 127,1 km/hora.

A segunda maior (124,2 km/hora) aconteceu no Cabo da Roca, em Sintra.

Já na Madeira, foi registada uma rajada de 116,3 km/hora na zona do Areeiro e uma de 112,3 km/hora.

A capitania do porto do Funchal atualizou alargou os avisos de vento e agitação marítima fortes até às 06h00 de sábado.

Em Nisa, no Alto Alentejo, ventos extremos danificaram dez habitações na aldeia da Falagueira, com o autarca local a definir o fenómeno como um “tornado”. Ninguém teve de sair de casa, mas a depressão Cláudia já fez 32 deslocados nos concelhos de Abrantes, Salvaterra de Magos, Seixal e Pombal.

Em Olhão, no Algarve, o vento tombou várias árvores que caíram em cima de quiosques na zona ribeirinha.

Fim de semana de preocupação

No sábado, o distritos de Faro, Setúbal e Beja estarão sob aviso laranja entre as 09:00 e as 15:00, devido a “precipitação persistente, e por vezes forte e acompanhada de trovoada”, informa o IPMA.

Em todas as regiões de Portugal continental permanece o nível de aviso amarelo por causa da precipitação de “aguaceiros por vezes fortes e acompanhados de trovoada”. Nas regiões costeiras, os alertas devem-se às “ondas de quatro a cinco metros” que devem prolongar-se até à noite de sábado.

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