A aprovação do PL Antifacção pela Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, expôs um contraste evidente dentro da bancada federal do Maranhão. Enquanto 15 dos 18 deputados maranhenses votaram a favor do projeto que endurece penas e cria regras mais rígidas contra facções criminosas, apenas Rubens Jr. do PT e Márcio Jerry do PCdoB decidiram seguir na contramão de uma pauta que mira diretamente o combate ao crime organizado. Fábio Macedo do Podemos se ausentou.
O texto aprovado por ampla maioria reorganiza legislação dispersa e estabelece instrumentos mais duros para punir facções, milícias e grupos paramilitares. Em um momento em que o país enfrenta o fortalecimento dessas organizações, a posição contrária dos dois deputados maranhenses chamou atenção e provocou críticas de setores que defendem respostas mais firmes no campo da segurança pública.
Enquanto partidos do Centrão, como MDB, PSD, PP, Republicanos e União Brasil, deram apoio quase total ao projeto, PT e parte da esquerda ficaram isolados na defesa da versão original do texto, rejeitada pelo plenário.
No Maranhão, a escolha de Márcio Jerry e Rubens Jr. gerou questionamentos sobre a distância entre suas posições políticas e a realidade enfrentada pela população maranhense, que convive com episódios recorrentes de violência promovida por facções. Para críticos, votar contra um endurecimento penal num cenário como esse soa desconectado da urgência que o Estado demanda.
A bancada maranhense, em sua maioria, seguiu a tendência nacional e apoiou o relatório do deputado Guilherme Derrite, que recebeu 370 votos favoráveis. Já a ala contrária, integrada pelos dois parlamentares do Maranhão, acabou ficando na minoria e sustentando um discurso que não encontrou eco nem mesmo em partidos aliados do governo federal.
Para leitores e analistas políticos, o recado foi claro. A maior parte dos representantes do Maranhão escolheu reforçar o enfrentamento ao crime organizado. Os que votaram contra assumiram uma posição que já começa a reverberar negativamente no debate público sobre segurança no Estado.
