Campeão brasileiro e da Libertadores pelo Botafogo, Artur Jorge teve importância enorme nos bastidores. No quarto episódio do documentário “Das Cinzas ao Fogo”, da Botafogo Films, foram mostradas as preleções nos jogos contra São Paulo e Peñarol.
Diante do São Paulo, o técnico fez um discurso firme e impactante.
– Eu não sou botafoguense desde pequeno. Mas há uma coisa que eu tenho sentido e que eu sei que hoje me está presente. Que esta estrela está colada na minha pele. E eu sei também que ao dia de hoje nós representamos um clube histórico, um clube centenário, um clube que tem títulos, que tem tradição, que é glorioso, que é grandioso, e que nós temos um papel de responsabilidade muito grande nisto também aqui dentro. Pois eu sozinho não consigo vencer coisa nenhuma. E por isso tenho que me rodear de quem? Dos meus. Aqueles que hoje aqui estão. Aqueles que hoje vão trabalhar daqui a pouco aqui. Aqueles que trabalharam aqui. Aqueles que logo após o jogo, lá, perguntei-os. O Chuchu disse “nós vamos limpá-los. Nós vamos fazer”. Perguntei ao Marcão. O Marcão disse “nós vamos fodê-los no Morumbi”. E eu sei que as histórias se fazem de títulos, de conquistas, de ganhos. Mas há sempre um caminho para lá chegar. Ninguém conquista sem estar lá. E hoje para nós é uma etapa. É um passo que nós podemos dar. E eu hoje quero desafiá-los à coragem. Porque eu sei que tem um grupo de homens à minha frente, que têm todos eles a mesma determinação, a mesma vontade, o mesmo espírito, a mesma determinação para nós conseguimos chegar onde nós queremos. Aqueles que hoje fizeram a alimentação, os que vão fazer daqui a pouco no controle de dados, aquilo que o Califa e o Bira fizeram cá, aquilo que o Amauri fez para pôr isto tudo preparado, aquilo que o Bernardo, o que o Marcos, o que o Gabriel fizeram para pôr personalizado nosso vestiário, aquilo que nós hoje temos aqui, eu tenho a certeza que eles deram o seu melhor. O seu melhor de cada um. E eu só peço uma coisa, rapazes. Que hoje cada um de nós possa dar também só o seu melhor. Só o seu melhor. Não há desafios maiores do que aqueles que nós podemos propor. Isto não vai terminar aqui – garantiu Artur Jorge, antes da classificação sobre o São Paulo nos pênaltis.
Já contra o Peñarol, o treinador português optou por levar torcedores para a preleção antes do jogo de ida.
– À medida que as etapas avançam, nós vamos ter uma dificuldade acrescida. E é importante que nós possamos agregar. Agregar gente que fez o caminho conosco e quer muito daquilo que nós queremos conquistar. Nós hoje somos mais do que uma equipe que quer ganhar um jogo. Nós hoje temos de ser uma equipe que possa lutar sem dúvida sobre aquilo que é um objetivo que nós temos. E o Pedro tem uma vida de superação. Mas há uma coisa que o Pedro nunca desistiu. É a paixão que tem por Botafogo. A paixão de poder estar todos os dias ou em todos os jogos sempre possível. E sabemos das dificuldades aquilo que é a superação do dia a dia que ele tem que fazer para lá chegar. Vivem longe e têm uma paixão grande por Botafogo. Para nós podemos que é importante nós sabermos que aquilo que é a nossa ambição, aquilo que é a nossa superação é minúscula, é mínima. E por isso eu quis que o Pedro hoje aqui estivesse para podermos perceber e o Pedro tenho a certeza que está felicíssimo de aqui estar. E é mais um que hoje vai torcer por nós – iniciou Artur Jorge.
– Tenho cá uma família que nunca falta aos jogos de Botafogo. Tenho o Rodrigo, tenho a Thaís, tenho o Nilton e tenho o Bento, os dois filhos que aqui estão. É uma família que não falta e onde eu posso pegar naquilo que é o nosso trabalho também enquanto família. Nós falamos muito que somos uma família, que somos uma família que tem objetivos, uma família que cada vez que tem dificuldades se une e tem um obstáculo face àquilo que é o seu trajeto, face àquilo que é o seu percurso, a necessidade de nós agregarmos. A família são aqueles que nunca faltarão, são aqueles que nunca falham uns aos outros. E nós sabemos que, nós dentro de campo, nós precisamos de que nada nos falte e nada possa falhar um para o outro. E isto é importante que nós possamos ter. Trago depois o Vinícius que é apenas um adepto comum como tantos outros que nós dois vamos ter na bancada. O que é que eu pego no Vinícius? Pego naquilo que é a paixão, pego naquilo que é o compromisso, pego naquilo que é o entusiasmo e é isto que nós precisamos de aqui em campo hoje também. Sentir tudo isto é fundamental para nós atingirmos os objetivos. Hoje é muito mais do que um jogo para nós e eu fiz questão que aqui estivessem por uma razão simples. Hoje é o nosso último jogo em casa de Libertadores e era importante que eu trouxesse cá quem fez esta caminhada conosco. Nós não vamos voltar a jogar o Libertadores em casa, é o último jogo. Não vai ser o último jogo de Libertadores. Vamos ter mais dois ainda e superação, família e paixão, ponham tudo isto dentro de campo e eu sei que se nós o fizermos somos imbatíveis – assegurou.
