A Havaianas, que tem sido alvo de uma campanha de boicote por bolsonaristas, é rival da Grendene, dona de marcas como Ipanema, Melissa, Rider e Cartago. A empresa tem entre seus principais acionistas empresários que já fizeram doações diretas às campanhas do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os irmãos Alexandre Grendene Bartelle e Pedro Grendene Bartelle estão entre os fundadores da companhia. Alexandre detém 44,14% das ações, enquanto Pedro possui 13,89%. Segundo registros do DivulgaCand, sistema da Justiça Eleitoral, ambos doaram R$ 1 milhão cada para a campanha de Bolsonaro em 2022, totalizando R$ 2 milhões.
Em 2018, quando Bolsonaro disputou a Presidência pela primeira vez, os dois também contribuíram financeiramente, embora em valores bem menores. Naquele ano, cada um doou R$ 3 mil à campanha. Do outro lado da disputa, a Havaianas pertence à Alpargatas.
A campanha dos bolsonaristas contra as Havaianas começou após comercial estrelado pela atriz Fernanda Torres em que diz: “Desculpa, mas eu não quero que você comece o ano com o pé direito”. A frase foi interpretada por parta da extrema-direita como uma provocação política.
O ex-deputado Eduardo Bolsonaro aderiu ao movimento e gravou um vídeo jogando suas Havaianas no lixo, enquanto o empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da Havan, também atacou a empresa, mas continua vendendo modelos da marca em suas lojas.
Outros parlamentares bolsonaristas atacaram a empresa e incentivaram a troca de marca. O vereador Gilson Machado Filho (PL-PE) afirmou que começaria 2026 com o “pé direito em outra marca”, enquanto o deputado Luiz Lima (NOVO-RJ) declarou que “publicidade é escolha e consumo também”.
Os apoiadores do ex-presidente viraram piada nas redes por conta da campanha e alguns usuários têm sugerido que eles usem tornozeleira eletrônica.
