O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Duarte Jr. (PSB-MA), pediu a expulsão do deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA) após apresentar, na reunião desta terça-feira (4 de novembro), indícios de repasses irregulares de recursos públicos destinados a colônias de pescadores do Maranhão.
As transferências, segundo o parlamentar, somariam quase R$ 5 milhões e envolveriam pessoas ligadas ao gabinete de Araújo na Assembleia Legislativa do Maranhão, além do atual vice-presidente da Confederação Brasileira de Pescadores e Aquicultores (CBPA).
De acordo com Duarte Jr., os valores teriam origem em repasses federais voltados a colônias e federações vinculadas à CBPA. “O deputado estadual Edson Araújo recebeu quase R$ 5 milhões, inclusive em contas de assessores nomeados na Assembleia Legislativa do Maranhão. Isso é inaceitável. É um desrespeito com aposentados, pensionistas e com o pescador que depende do seguro-defeso para sobreviver”, afirmou.
Durante a sessão, o depoente Abraão Lincoln Ferreira, presidente da CBPA, permaneceu em silêncio. Ainda assim, Duarte manteve o tom e cobrou responsabilização interna do partido. “Não importa se quem cometeu o crime é do meu estado ou do meu partido. Estou entrando com pedido de expulsão do deputado Edson Araújo do PSB. Quem errou tem que responder. Não há espaço para conivência”, disse.
O parlamentar afirmou que os elementos levantados indicam uso de entidades sem fins lucrativos para desvio de recursos e possível lavagem de dinheiro. “É hora de cortar na carne. Nosso partido tem história e não pode ser manchado por quem usa o mandato para enriquecer às custas do povo. Quem não deve, não teme”, concluiu.
A Polícia Federal, o Ministério Público e a própria CPMI devem aprofundar a análise dos documentos e das movimentações relatadas. A reportagem não obteve, até a última atualização deste texto, manifestação de Edson Araújo ou da CBPA sobre as acusações.
O JP-online tentou contato com o deputado Edson Araújo, mas não teve retorno até o momento. O espaço segue aberto para possíveis manifestações da defesa.
