O que Fernanda Torres, Copacabana Palace e “Vale Tudo” têm em comum? Além do Rio, a resposta está na sola do pé: Havaianas. A sandália de borracha que é um ícone brasileiro aproveitou um 2025 especial no cinema e na teledramaturgia para estreitar os laços com a cidade que calça a marca da Alpargatas como nenhuma outra — e fez questão de juntar os elementos na hora de contar essa história.
Em outubro, a Havaianas lançou campanha estrelada pela protagonista de “Ainda Estou Aqui”, conquistando a garota-propaganda mais cobiçada do momento no ano em que a obra de Walter Salles venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A campanha de verão resgatou a assinatura “Todo mundo usa”, acrescida do lema “Todo mundo ama”.
— A Havaianas é do Brasil para o mundo, assim como a vitória de “Ainda Estou Aqui” projetou o país internacionalmente — diz Juliana Soncini, diretora de Marca da Havaianas, primeira colocada na categoria marcas que são A Cara do Rio desde 2013. — Todos os comerciais que fizemos com a Fernanda foram gravados no Rio.
Dois dos filmes publicitários foram registrados na Praia da Reserva, na Zona Sudoeste do Rio. Eles estrearam no aguardadíssimo capítulo final de “Vale Tudo”, remake que fez da cidade cenário privilegiado — sobretudo o Copa. Afinal, Odete Roitman vivia no cinco estrelas da Avenida Atlântica, e sua morte fictícia se deu na Suíte Signature do hotel.
E a Havaianas embarcou no buzz da ocasião com uma watch party no apartamento mais famoso da vizinhança: o da socialite Narcisa Tamborindeguy, no Edifício Chopin, cuja janela debruçada sobre a piscina do hotel se tornou plataforma privilegiada de influência digital. A convite da Havaianas, assistiram ao último episódio, no sofá de Narcisa, os influenciadores Alvxaro e Chico Barney, além de Luís Lobianco, que interpretou o Freitas na trama da TV Globo.
Não que a Havaianas precisasse de janela para ver o Copa: há anos, a marca está dentro do hotel da rede Belmond, que distribui os chinelos aos hóspedes. Em maio, porém, a Alpargatas ampliou a associação para além das suítes, estampando a marca nos itens do Copa que vão para a areia da praia, como toalhas, guarda-sóis e espreguiçadeiras.
— O objetivo dessa ativação de beach club é transformar a parceria em algo mais sensorial. Assim como a campanha com a Fernanda Torres, é uma ação que vai pelo menos até o carnaval — observa Juliana.
A Havaianas aproveitou 2025 para reformar e reinaugurar sua loja flagship em Ipanema. Além disso, usou o Rio como cenário em ocasiões especiais. Em um baile na Ilha Fiscal, lançou a collab com a grife italiana Dolce & Gabbana. No bar Jurema, entre a Lapa e a Glória, apresentou a coleção Feita de Ginga, dedicada a estampas brasileiras. Dois dos modelos são homenagens a ícones do Rio: a bossa nova e o calçadão de Copacabana.
Se a Havaianas parece hors-concours, a Coca-Cola conseguiu manter a vice-liderança conquistada no ano passado.
— O Rio representa muito do que a Coca-Cola simboliza: alegria, celebração e convivência que inspira conexões genuínas. E a Coca-Cola é uma marca para todos, assim como o Rio acolhe pessoas de diferentes estilos, gostos e origens. Isso sempre esteve no nosso DNA — diz Catarina Lopes, diretora de Marketing da Coca-Cola, que mantém no Rio sua sede no país há oito décadas, em frente ao Pão de Açúcar.
De acordo com Catarina, o Rio é estratégico para a marca por ser um dos maiores centros de consumo de bebidas no país. A operação na região é gerida pela Andina, uma das principais engarrafadoras do Sistema Coca-Cola Brasil.
— Temos intensificado a presença de nossos produtos nos pontos de venda, no varejo e no atacado, ampliando a distribuição em supermercados, pequenos comércios e quiosques da orla carioca — acrescenta a executiva.
A marca reforçou a presença no Rio com uma série de ações que traduzem o espírito da cidade, explica:
— No futebol, promovemos experiências exclusivas em nosso camarote no Maracanã, com influenciadores locais.
Completa o pódio outra gigante global. Como no ano passado, a Nike ficou na terceira posição, apostando na conexão entre seu elenco de atletas patrocinados e o Rio — um “verdadeiro playground a céu aberto”, segundo executivo da Fisia, distribuidora oficial da marca no Brasil.
— Buscamos vínculo autêntico com nossos atletas, e essa conexão se torna ainda mais especial com o público carioca, que compartilha a paixão pelo esporte. No Rio, essa energia ganha vida nos campos, nas pistas e nas praias, especialmente no futebol, na corrida e no lifestyle, pilares fundamentais da nossa atuação e profundamente conectados à alma da cidade — diz Renato Aguiar, diretor de Marketing da Fisia.
Um dos destaques do ano foi um show de drones em São Gonçalo para o lançamento da primeira chuteira exclusiva de Vini Jr., em referência às origens do jogador na comunidade local.
— O Rio sempre foi um território estratégico para a Nike, palco de grandes ativações que traduzem o espírito vibrante, leve e apaixonado do carioca — diz.
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