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O patrimônio líquido de Elon Musk ultrapassou novamente os US$ 500 bilhões (R$ 2,7 trilhões) nesta terça-feira, com a alta das ações nos últimos dias. A montadora parece estar se beneficiando do avanço nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China — país que responde por mais de um quinto das vendas da Tesla.
As ações da Tesla subiram 2,2%, sendo negociadas a cerca de US$ 462,50 (R$ 2.497,50) na tarde de terça-feira, após um salto de 4,3% na segunda-feira. Nesta manhã, elas voltaram a avançar, com ganhos de 0,22%, a US$ 77,15.
O impulso vem do cenário político. O presidente Donald Trump, que no início deste mês havia ameaçado impor tarifas de 100% sobre produtos chineses depois que autoridades de Pequim anunciaram restrições comerciais a minerais de terras raras, afirmou na segunda-feira que Estados Unidos e China provavelmente “chegarão a um acordo” antes de seu encontro com o presidente chinês Xi Jinping.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse no domingo que a ameaça de tarifas de Trump estava “efetivamente fora de questão” após uma reunião “muito boa” com autoridades comerciais. A notícia impulsionou uma alta mais ampla nos mercados na abertura da segunda-feira, que terminou com o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 fechando em níveis recordes.
As vendas anuais da Tesla na China — seu segundo maior mercado, atrás apenas dos Estados Unidos — cresceram 8,8% em 2024, alcançando o recorde de mais de 657 mil carros vendidos.
A Tesla registrou um número recorde de entregas de veículos em seu último trimestre, mesmo com queda nas vendas na Europa. Ainda assim, o relatório de resultados mais recente ficou abaixo das projeções de Wall Street. As receitas superaram US$ 28 bilhões (R$ 151,2 bilhões) no terceiro trimestre, impulsionadas pelo recorde de vendas, mas a montadora reportou lucro por ação de US$ 0,50 (R$ 2,70), abaixo das estimativas de US$ 0,56 (R$ 3,02).
Alguns analistas atribuíram o aumento nas vendas ao fim de um crédito fiscal federal para a compra de veículos elétricos — um fator que Musk já havia previsto, no início do ano, que poderia afetar negativamente os próximos trimestres da Tesla.
Elon Musk semi-trilionário
Musk, que detém cerca de 12% das ações da Tesla, é a pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 501,7 bilhões (R$ 2,7 trilhões). Ele se tornou o primeiro indivíduo da história a alcançar US$ 500 bilhões no início deste mês — e pode se tornar o primeiro trilionário do mundo caso os acionistas da Tesla aprovem seu pacote de remuneração de US$ 1 trilhão (R$ 5,4 trilhões).
Alguns grupos se opuseram ao pacote de pagamento de Musk, incluindo a Glass Lewis e a Institutional Shareholder Services, que recomendaram aos acionistas da Tesla que votassem contra o plano. Em uma carta aos acionistas divulgada na segunda-feira, a presidente do conselho da Tesla, Robyn Denholm, alertou que Musk poderia deixar a empresa se o plano for rejeitado, afirmando: “Sem Elon, a Tesla pode perder valor significativo, pois nossa companhia talvez não continue sendo avaliada pelo que ainda pretendemos construir.”
Musk se tornou a pessoa mais rica do mundo em maio de 2024, pouco depois de sua empresa de inteligência artificial, a xAI, captar US$ 6 bilhões (R$ 32,4 bilhões) em uma rodada que avaliou a companhia em US$ 18 bilhões (R$ 97,2 bilhões) antes do investimento. Com isso, ele ultrapassou o CEO do grupo LVMH, Bernard Arnault. Arnault foi o dono do título por cerca de quatro meses, depois que uma juíza de Delaware anulou o pacote de remuneração da Tesla em janeiro.
Desde então, Musk tem mantido o posto praticamente sem concorrência, tornando-se o primeiro indivíduo a acumular fortunas de US$ 400 bilhões (R$ 2,16 trilhões) e US$ 500 bilhões (R$ 2,7 trilhões). Ainda assim, o presidente do conselho da Oracle, Larry Ellison, chegou perto no mês passado, quando sua fortuna cresceu mais de US$ 110 bilhões (R$ 594 bilhões), impulsionada por uma alta de 41% nas ações da Oracle em 10 de setembro. Ellison se tornou a segunda pessoa a ultrapassar o patamar dos US$ 400 bilhões (R$ 2,16 trilhões), com sua fortuna atingindo cerca de US$ 405 bilhões (R$ 2,18 trilhões).
