Em 50 dias, 164 micro e pequenas empresas de 20 estados se habilitaram a receber R$ 10 milhões em crédito fruto da parceria entre o Sebrae e o fundo Estímulo. A iniciativa prevê a liberação de mais R$ 72 milhões em seu primeiro ano de operação. Dentro desse montante, a parceria determina que cerca de um terço — R$ 24 milhões — seja direcionado a mulheres empreendedoras, e R$ 9 milhões para empresas da Amazônia Legal. A previsão é de impactar cerca de mil empresas, com tíquete médio de crédito de R$ 85 mil.
Nesses primeiros dois meses de funcionamento, o projeto gerou 2.070 empregos. A expectativa, segundo os organizadores, é que esse número chegue a 8,7 mil até o fim do ano.
Até aqui, 93% dos recursos foram destinados a regiões de baixa renda, e 49% das empresas tiveram acesso ao seu primeiro crédito, reforçando o propósito de inclusão financeira do projeto.
A taxa mensal de remuneração do empréstimo varia de 1,99% a 3,79%, de acordo com a saúde financeira da empresa. O modelo prevê carência de até dois meses para início do pagamento, com parcelas fixas que podem ser divididas em até 24 vezes. O processo é 100% digital, por meio deste link, com desembolso em até cinco dias. O acordo amplia o alcance do Estímulo, permitindo apoiar ainda mais MPEs com crédito, além de capacitação, consultoria e orientação junto ao Sebrae.
O fundo Estímulo foi idealizado durante a pandemia por Eduardo Mufarej e outros 50 cofundadores — entre eles Abílio Diniz, Ticiana Rolim e Ana Fontes — para apoiar negócios em regiões de baixa renda, especialmente aqueles liderados por mulheres. De lá para cá, já originou mais de R$ 390 milhões em crédito, com impacto na geração de 61 mil empregos por meio do apoio a mais de 6 mil empreendedores sem acesso a empréstimos tradicionais.
A atuação de blended finance é estruturada em um FIDC, no qual doadores entram com cotas subordinadas e investidores de impacto ficam com as cotas seniores. Além do retorno financeiro, o modelo gera benefícios sociais e ambientais com o capital alocado. Para a metrificação, a tese conta com metodologia do Insper Metrics e com o desenvolvimento do material de Teoria da Mudança, da economista Ligia Vasconcellos, especialista em avaliação de impacto social.
