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Em declaração conjunta, China e França pedem cessar-fogo na Ucrânia e solução de dois Estados para Palestina

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China e França divulgaram nesta sexta-feira (5) uma declaração conjunta pedindo cessar-fogo na Ucrânia e a implementação da solução de dois Estados para a crise na Palestina, ao final da visita de Estado do presidente francês Emmanuel Macron à China.

O documento, assinado após conversas entre Macron e o presidente chinês Xi Jinping em Pequim, estabelece que, como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, os dois países estão “empenhados em buscar soluções construtivas, baseadas no direito internacional”.

A declaração defende que a solução de dois Estados é a única alternativa para atender às aspirações de palestinos e israelenses por paz e segurança. Os dois países saudaram o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas alcançado em 9 de outubro de 2025 e pediram o cumprimento imediato dos compromissos. A França reconheceu o Estado da Palestina em 22 de setembro de 2025, decisão que a China, que reconhece a Palestina desde 1988, recebeu positivamente.

Os dois países afirmaram que apoiam todos os esforços para o cessar-fogo e a restauração da paz na Ucrânia com base no direito internacional e nos princípios da Carta das Nações Unidas.

Durante o encontro bilateral, Xi afirmou que a China apoia todos os esforços que conduzam à paz e continuará desempenhando papel construtivo na resolução política da crise ucraniana, segundo informou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian.

Desigualdade Sul-Norte

Durante o encontro, Xi Jinping destacou a necessidade de reformar a governança econômica global, citando desequilíbrios como o desenvolvimento desigual entre Norte e Sul e a representação insuficiente de países em desenvolvimento nas instituições financeiras internacionais. O presidente chinês afirmou que os países devem compartilhar responsabilidades e coordenar ações para promover uma governança econômica global mais equitativa e justa.

O líder chinês enfatizou ainda que China e França, como membros fundadores das Nações Unidas e membros permanentes do Conselho de Segurança, devem praticar o multilateralismo genuíno, defender o sistema internacional centrado na ONU e fortalecer a cooperação na resolução política de disputas.

Na área econômica, Xi propôs expandir a cooperação bilateral, consolidando campos tradicionais como aviação, aeroespacial e energia nuclear, enquanto exploram novas áreas como economia verde, economia digital, biomedicamentos, inteligência artificial e novas energias. O presidente chinês disse que a China importará mais produtos franceses de alta qualidade e espera que a França ofereça ambiente justo para empresas chinesas.

Macron afirmou que a França atribui grande importância às relações com a China, adere à política de Uma Só China e deseja aprofundar a parceria estratégica abrangente entre os dois países. O presidente francês declarou concordar plenamente com as propostas de Xi sobre reforma da governança global e disse estar disposto a fortalecer a coordenação com a China para defender o multilateralismo.

A visita de três dias marca a quarta viagem de Estado de Macron à China e uma visita recíproca após a ida de Xi à França em 2024, quando os dois lados celebraram o 60º aniversário das relações diplomáticas bilaterais. Na quinta-feira (4), foi realizada em Pequim a sétima reunião do Conselho Empresarial China-França, com a participação dos dois presidentes, onde foram assinados documentos de cooperação em setores como construção naval, transporte ferroviário, energia nuclear civil e finanças.

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