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Em pronunciamento de Natal, Lula cita realizações de 2025 e antecipa bandeiras de 2026 | Política

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Em seu tradicional pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão no Natal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou realizações de seu governo e antecipou algumas bandeiras que serão utilizadas na campanha à reeleição de 2026. Entre elas, aparecem o fim da escala 6×1, a segurança pública e o combate à violência contra a mulher. Entre os ativos de 2025, mencionou o enfrentamento ao crime organizado, no qual “nenhum dinheiro ou influência” vai impedir a Polícia Federal “de ir adiante”, e as negociações que amenizaram o tarifaço aplicado pelos Estados Unidos contra o Brasil.

“Nós sabemos que o crime e a violência são dois grandes desafios do nosso país. Neste ano, a Polícia Federal comandou a maior operação já feita contra o crime organizado”, disse o presidente nesta quarta-feira (24), na véspera de Natal, em referência à Operação Carbono Oculto, que investiga o suposto uso de postos de combustíveis para lavar dinheiro da organização criminosa Primeiro Comando Vermelho (PCC). “O combate às facções criminosas chegou pela primeira vez ao andar de cima, e nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante.”

Nos bastidores, um dos objetivos do governo é demonstrar que o Executivo tem investido na luta contra o chamado “sistema”, bandeira recentemente dominada pela direita e que o Planalto quer neutralizar. Em paralelo, a declaração acontece em meio a notícias de que seu filho Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, teria sido citado nas investigações envolvendo as fraudes nos descontos associativos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O pronunciamento de Natal desta noite teve duração de cerca de 6 minutos e 40 segundos. Na fala, o presidente disse que, em 2025, “todos que torceram ou jogaram” contra o Brasil acabaram perdendo. Neste ano, segundo ele, “o povo brasileiro sai como o grande vencedor”, em uma alusão aos esforços de filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para convencer o governo de Donald Trump a impor sanções contra o Brasil a fim de exercer pressão sobre o julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) e fazer avançar no Congresso uma anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro de 2023.

Enaltecendo as conquistas do governo, Lula aproveitou para usar o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros para promover sua gestão à frente do Executivo. Segundo ele, a taxação foi um “desafio inédito”, mas o Brasil mostrou que “somos do diálogo, da fraternidade e não fugimos da luta”.

“Apostamos na diplomacia, protegemos nossas empresas, evitamos demissões. Negociamos o fim do tarifaço, e ultrapassamos, agora em dezembro, a marca de 500 novos mercados abertos aos nossos produtos”, alegou. Em sua avaliação, a soberania e a democracia saíram “vencedoras”.

Lula citou feitos do governo até o momento, tais como a saída do Brasil do Mapa da Fome, a aprovação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil e a retomada de programas sociais, como o Bolsa Família. Também listou iniciativas para assegurar o acesso gratuito para as famílias pobres à energia elétrica e ao gás de cozinha, assim como o avanço de obras de infraestrutura.

Lula também citou alguns indicadores econômicos, como a redução do desemprego, a desaceleração da inflação e o aumento da renda média da população.

De olho em 2026, o petista falou sobre o comprometimento da gestão federal com o fim da escala 6×1, em que se trabalha por seis dias na semana e folga em um.

Economistas e empresários têm alertado que a iniciativa pode gerar danos à produtividade e à atividade econômica, acrescentando que o impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB) seria ainda mais grave no caso do cenário em que custos mais altos levem empresas a fechar vagas. Esta, no entanto, deve ser uma das principais bandeiras a serem utilizadas pelo governo na campanha eleitoral do ano que vem.

De acordo com Lula, a pauta é uma forma de a gestão seguir “combatendo privilégios de poucos para garantir direitos de muitos”. “Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias. E que tenha apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça, passear com a família, cuidar da casa, se divertir e acompanhar de perto o crescimento dos filhos”, comentou. “O fim da escala 6×1, sem redução de salário, é uma demanda do povo que cabe a nós, representantes do povo, escutar e transformar em realidade”, complementou.

Ainda, outro mote de campanha deverá ser o combate à violência contra a mulher. Lula, então, prometeu liderar um grande esforço nacional envolvendo ministérios, instituições e sociedade brasileira em torno da pauta. Em sua avaliação, o país não pode aceitar tal tipo de violência. “Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado”, afirmou o presidente, que também fez questão de enaltecer a família — bandeira que a extrema-direita também buscou dominar nos últimos anos. “A família é a base da nossa sociedade.”

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