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EUA desataram a “guerra dos petroleiros” contra Rússia, China e Venezuela

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Para pressionar a Rússia a fazer um acordo com a Ucrânia, os Estados Unidos e parceiros europeus articulam desatar a chamada “guerra dos petroleiros”.

De certa forma, ela já teve início quando tropas estadunidenses sequestraram o petroleiro Skipper, que partiu da Venezuela com 2 milhões de barris de petróleo.

Depois de zarpar, o Skipper transferiu 50 mil barris para outro navio, que rumou para Cuba, e passou a se dirigir para a Ásia. 80% das exportações de petróleo da Venezuela tem como destino a China.

O Skipper está sendo levado para o porto estadunidense de Galveston, no Texas, e Trump afirmou que vai “ficar com o petróleo”.

O ataque de Washington causou repercussões em Cuba, cujo governo protestou em nota:

Essa ação faz parte da escalada dos EUA destinada a dificultar o direito legítimo da Venezuela de usar e comercializar livremente seus recursos naturais com outras nações, incluindo o fornecimento de hidrocarbonetos para Cuba.

Recentemente, Donald Trump colocou sanções nas petrolíferas russas Rosneft e Lukoil.

Segundo um levantamento da agência Reuters, 38% das exportações de petróleo da Rússia são feitas por navios que tem acesso legal, isento de sanções, a serviços marítimos e a apólices de seguro emitidas no Ocidente.

A ideia seria inviabilizar estas exportações.

90% do mercado de seguros na Europa são controlados pela britânica Lloyd’s e por empresas holandesas.

O Ocidente denuncia a existência de uma “frota fantasma” de petroleiros, empregando o termo para todos os navios que operam fora de algum controle ocidental. Seriam 978 navios, ou 18,5% da frota global, segundo a empresa S&P Global.

São estes navios, por exemplo, que levam petróleo russo até a Turquia e a Índia. Eles também são utilizados pelo Irã e Venezuela, por isso sujeitos a sanções unilaterais.

A “guerra dos petroleiros” pode ter duas consequências inesperadas: aumentar o preço do petróleo ou levar a Rússia a utilizar, cada vez mais, navios que não tenham qualquer relação com o Ocidente.

Sem cessar-fogo

A Rússia rejeitou a proposta do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, de implementar um “cessar-fogo” de Natal na Ucrânia, alegando que pretende atingir seus objetivos militares.

Neste momento, o foco de Moscou está em controlar a região de Pokrovsk-Myrnohrad, ponto de apoio estratégico das forças ucranianas que tentam evitar o controle completo pela Rússia da ex-província de Donetsk, que Moscou anexou.

“Eles querem nosso Donbas. E nós não vamos dar o nosso Donbas”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, em referência à bacia do rio Donets.

Duas questões estão emperrando as negociações iniciadas pelo presidente Donald Trump: a territorial e a presença de uma força multinacional que garantiria eventual cessar-fogo.

A Casa Branca apoia a posição de Vladimir Putin, pela qual a Ucrânia se retiraria de Donbas e as linhas de combate ficariam congeladas nas províncias de Zaporijia e Kherson, parcialmente ocupadas pela Rússia.

Além disso, Moscou não aceita qualquer presença da OTAN em território ucraniano, como sugerem os sócios europeus da Ucrânia.

No campo de batalha

Segundo o site Deep State, que monitora detalhadamente o campo de batalha, tropas da Rússia já controlam a maior parte de Pokrovsk, inclusive dois pontos da rodovia que isolaria Myrnohrad, ainda defendida por tropas ucranianas.

O governo da Ucrânia diz que Vladimir Putin está disseminando notícias falsas sobre a guerra, como forma de enfraquecer a Ucrânia junto a seus aliados europeus.

O comandante militar da Ucrânia, general Oleksandr Syrskyi, diz que suas tropas estão causando mil baixas por dia entre os russos, entre mortos e feridos, só na região de Pokrovsk-Myrnohrad, no que é visto como a batalha decisiva da guerra.

Eliminada esta fortaleza ucraniana, os russos teriam em tese 100 quilômetros para avançar em direção à região central da Ucrânia.

Um dos objetivos da “guerra dos petroleiros” seria levar a Rússia à mesa de negociações, mas ela também impacta a China, a Venezuela e o Irã.

Donald Trump assumiu prometendo fazer dos EUA a potência dominante na produção de energia.

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