Os Estados Unidos interceptaram e apreenderam um navio petroleiro na costa da Venezuela neste sábado (20), segundo autoridades americanas relataram à Reuters. A ação ocorre poucos dias depois de o presidente Donald Trump anunciar um bloqueio a embarcações sancionadas que entram e saem do país sul-americano, intensificando a pressão sobre o setor de energia venezuelano.
Esta é a segunda apreensão de um petroleiro na região em um curto intervalo de tempo. De acordo com as autoridades, a operação foi conduzida pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, mas o local exato da interceptação não foi divulgado. Questionados, a Guarda Costeira e o Pentágono encaminharam os pedidos de esclarecimento à Casa Branca, que não respondeu até o momento. O Ministério do Petróleo da Venezuela e a estatal PDVSA também não se manifestaram.
Na terça-feira, Trump reforçou o tom ao anunciar publicamente a medida. “Estou ordenando um bloqueio total e completo de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela”, afirmou o presidente. Desde então, um embargo de fato começou a se formar, com embarcações carregadas com milhões de barris de petróleo permanecendo em águas venezuelanas para evitar o risco de apreensão.
Após a primeira interceptação, realizada na semana passada, as exportações de petróleo bruto da Venezuela recuaram de forma acentuada. Embora muitos navios que operam no país estejam sob sanções, parte do petróleo venezuelano, assim como cargas provenientes do Irã e da Rússia, ainda é transportada por embarcações não sancionadas. Empresas como a Chevron, autorizada pelo governo americano, seguem operando com navios próprios.
A China permanece como o principal destino do petróleo venezuelano, respondendo por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques estavam a caminho de alcançar uma média superior a 600 mil barris por dia, segundo analistas do setor.
O mercado global segue relativamente bem abastecido, com milhões de barris armazenados em petroleiros ancorados na costa chinesa aguardando descarga. No entanto, caso o embargo se prolongue, a retirada de até um milhão de barris por dia da oferta global pode exercer pressão significativa sobre os preços internacionais do petróleo.
