O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, perdoou 123 cidadãos de vários países no âmbito dos acordos alcançados com o presidente norte-americano Donald Trump e a seu pedido. O facto foi comunicado pelo serviço de imprensa de Lukashenko.
“No âmbito dos acordos alcançados com o Presidente dos EUA, Donald Trump, e a seu pedido, em ligação com o cancelamento das sanções ilegais contra a indústria de potássio da República da Bielorrússia, impostas pela administração do anterior Presidente dos EUA, Biden, e em ligação com a transição para o plano prático do processo de levantamento de outras sanções ilegais contra a República da Bielorrússia, o Chefe de Estado decidiu perdoar 123 cidadãos de vários países, condenados ao abrigo das leis da República da Bielorrússia por cometerem crimes de diferentes orientações – espionagem, terrorismo
“Este gesto foi igualmente realizado em ligação com os pedidos de outros chefes de Estado e com base nos princípios humanitários e nos valores humanos e familiares universais”, refere o comunicado oficial. – O objetivo é acelerar a dinâmica positiva do desenvolvimento das relações com os países parceiros da República da Bielorrússia e estabilizar a situação na região europeia no seu conjunto. No total, tendo em conta as decisões tomadas pelo Presidente da Bielorrússia no final de novembro, o número total de pessoas perdoadas é de 156, incluindo cidadãos do Reino Unido, EUA, Lituânia, Ucrânia, Letónia, Austrália e Japão.
De acordo com os meios de comunicação independentes bielorrussos, foram libertados o Prémio Nobel da Paz Ales Beliatski, o antigo candidato presidencial Viktor Babariko e uma das líderes da oposição, Maria Kolesnikova. Os presos políticos libertados estão alegadamente a serem deportados da Bielorrússia.
Entre os presos libertados encontra-se a antiga chefe de redação do TUT.VY, Marina Zolotova. Foi condenada a 12 anos de prisão numa colónia penal em 2023. Os defensores dos direitos humanos do Centro “Viasna”, Valentin Stefanovich e Uladzimir Labkovich, foram igualmente indultados.
Algumas horas antes, foi anunciado que os EUA levantaram as sanções contra o potássio bielorrusso. O anúncio foi feito no sábado pelo enviado especial do Presidente dos EUA à Bielorrússia, John Cole, após uma reunião em Minsk com Alexander Lukashenko.
“De acordo com as instruções do Presidente Trump, os EUA estão a levantar as sanções sobre o potássio”, disse Cole. – Penso que esta é uma medida muito boa da parte dos EUA para a Bielorrússia. Estamos a levantá-las agora”.
O enviado dos EUA referiu, ainda, que a comunicação sobre o tema das sanções entre Washington e Minsk continuará. “À medida que as relações entre os dois países se normalizarem, serão levantadas cada vez mais sanções”, disse John Cole, manifestando a esperança de que, no futuro, as partes cheguem a uma situação em que não haja quaisquer medidas restritivas.
De acordo com Cole, as conversações com Lukashenko, que tiveram início na sexta-feira e prosseguiram no sábado, foram “muito produtivas”. O enviado dos EUA disse que os dois lados discutiram a normalização das relações, bem como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, observando que “Lukashenko está a dar bons conselhos sobre a resolução do conflito na Ucrânia”.
Em agosto de 2021, um ano após a eleição presidencial na Bielorrússia, que não foi reconhecida pelo Ocidente devido a alegações de fraude, os EUA colocaram Belaruskali, um dos maiores produtores mundiais de fertilizantes à base de potássio, na lista de sanções.
De acordo com o Comité Nacional de Estatística, antes da crise de 2020, a Bielorrússia ganhou 2,4 mil milhões de dólares com as exportações de fertilizantes de potássio, o que representa cerca de 8% do total das exportações bielorrussas, ou cerca de 4% do PIB do país.
A visita anterior da delegação americana, liderada por Cole, a Minsk, teve lugar em setembro. Após essa reunião, as autoridades bielorrussas libertaram 51 prisioneiros e deportaram-nos para a Lituânia.
