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Eventos climáticos extremos desafiam infraestrutura elétrica em SP, diz Abradee

by admin

Dentre as consequências do vendaval registrado em São Paulo nos últimos dias, milhares de casas ficaram sem energia elétrica. Às 13h32 desta sexta (12/12), 669.497 estão sem luz, segundo a concessionária de energia Enel.

Em entrevista à Rádio Eldorado, Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) afirmou que esse é um problema que deve ser pensado em conjunto.

“O que derruba normalmente a rede não é o vento. Normalmente são árvores que caem sobre a rede e interrompem a energia, portanto é um assunto que deve ser resolvido de maneira conjunta”, afirmou.

Em nota, a Enel Distribuição São Paulo afirmou que o evento causou “danos severos à infraestrutura elétrica” e que será necessário reconstruir trechos da rede.

Como solução, uma das propostas é o enterramento de fios da rede aérea de energia elétrica. O grande problema é o custo alto — a estimativa é de que redes subterrâneas sejam cerca de 10 vezes mais caras do que os fios nos postes.

“É um caminho, sem dúvida nenhuma, mas ele tem um custo mais alto e ele tem que ser absorvido na tarifa da energia elétrica. Não significa dizer que você tem que trocar todas as redes. O volume de rede subterrâneas que tem no Brasil é muito pequeno”, conta Madureira.

Desde quando foi criado, em 2017, o programa SP Sem Fios enterrou 46,5 km de rede subterrânea até agora.

Para Madureira, o enterramento poderia ocorrer em parte da rede elétrica “com tarifas diferenciadas em determinadas regiões”.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) diz, em nota, que a escolha do tipo de infraestrutura cabe às distribuidoras. “Visto que o custo de redes subterrâneas é cerca de 10 vezes maior que o de redes aéreas, a adoção poderia provocar uma elevação da tarifa para níveis não toleráveis”, afirma.

“Uma vez que os recursos são escassos, seu direcionamento a projetos não prioritários pode resultar na piora da prestação do serviço”.

“Nós estamos tendo um aumento dos eventos climáticos extremos tanto em intensidade quanto frequência. A gente está indo pro 3 ano seguido com eventos bastante diferentes de um advento que vc aguarda para uma infraestrutura urbana — própria rede, própria estrutura arbórea e outras que existem na cidade.

Ou seja, estamos vivendo um momento diferente”, afirmou Madureira.

“Essa nova realidade implica em maiores investimentos e o setor está fazendo isso. Se você olhar basicamente o segmento de distribuição, falando agora de uma maneira geral: nos saímos de patamares de investimentos da ordem de 20 bilhões até cerca de 2020 e agora são cerca de 45 bilhões por ano.

Ou seja mais do dobro do que se investia no final da ultima década.”



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