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O ex-presidente Juarez Moraes e Silva criticou a decisão do Conselho Deliberativo do Coritiba em retirar o nome de Renato Follador de um dos setores do estádio Couto Pereira. Os conselheiros aprovaram a exclusão na semana passada durante reunião na semana passada.
Juarez Moraes e Silva foi o convidado da edição especial do podcast Carneiro & Mafuz. Presidente do Coritiba entre 2021 e 2022, ele assumiu o cargo após o falecimento de Renato Follador. O então mandatário coxa-branca morreu de Covid-19, contraída durante o trabalho no Coxa.
“Eu sou emocionalmente afetado por tudo sobre o Renato. O Coritiba é gigante, mas, às vezes, é mediocre em função das pessoas que eventualmente venham a liderar os processos. Quando vê na história do Coritiba, vê as duas situações. Momentos de um gigante, mas momentos medíocres. Nenhum deles deixa de amar o Coritiba, todos têm amor incondicional”, diz Moraes e Silva.
“Ele pega Covid no Coritiba porque sai de Morretes para ir assinar cheques no Coritiba. O tesoureiro morre duas ou três semanas antes dele. Ele pegou assinando cheques, e pega dentro do Coritiba. Ou seja, ele deu a vida pelo Coritiba. Em algum momento de 2022, a gente discutindo alguma homenagem para o Evangelino [da Costa Neves, presidente no ano do título brasileiro], decidiu fazer homenagem para o Evangelino e também para o Renato”, destaca o ex-presidente.
O ex-mandatário ainda questionou se o clube realmente precisava retirar a homenagem para Renato Follador. “O Couto Pereira tem dezenas de espaços passíveis de homenagem e por estarem vagos se chamam Mauá, ProTork, Alma Guerreira e curva Amâncio Moro”, fala.
“Tem gente que merece mais? Até acho que merecem mesmo, mas por que não fizeram antes? Ou por que não fazem agora? Tem que tirar alguém? A maior dor foi ter que conversar com os filhos do Renato, que ganharam uma placa no dia da homenagem. A vida é assim, nem sempre tem o reconhecimento e a gratidão das pessoas”, complementa Moraes e Silva.
Ex-presidente detona “politização” no Coritiba
Para Moraes e Silva, a decisão dos conselheiros em retirar a homenagem para Renato Follador foi extremamente política. “O que acontece é que a politização afetou essa decisão. Esse conselheiro que fez a proposta não fez por ele, fez por um grupo. Atrás disso está uma intenção política”, afirma.
Além disso, o ex-presidente deu o mesmo motivo para renunciar ao Conselho Consultivo. “Pelo estatuto, todo presidente sumariamente vai ao Conselho Consultivo, a partir de um determinado mandato. Eu fiquei 18 meses, e o estatuto fala em 12”, diz.
“Amanheci um dia com a convocação de uma Assembleia de Sócios dizendo que iriam rever a nomeação do presidente Juarez e do presidente Glenn [Stenger] ao Conselho Consultivo. Não quero homenagem para mim, mas não quero ser detratado. O Renato deu a vida e eu dei a minha saúde. Eu saí de lá para a UTI e tenho atestado médico do Coritiba que se eu voltasse, eu morreria. O Glenn assumiu e não voltei mais”, conta Moraes e Silva.
Conselheiro do Coritiba justifica retirada da homenagem
Divulgada pelo colunista do UmDois Esportes, Augusto Mafuz, a proposta foi apresentada pelo conselheiro Bryan Patrick da Silva Barros. Em contato com a reportagem, Barros defendeu o motivo para a mudança.
“Por mais que eu tenha total respeito pelo Renato Follador como pessoa, inclusive na época fui um dos eleitores da chapa dele, acredito que há outras maneiras de homenagear alguém. E a temporada de 2025 do Coritiba nos mostrou o quão importante é a conexão torcida + clube”, afirma.
“Visando essa conexão, acredito que colocarmos um nome que dê mais sinergia à torcida, no maior e mais movimentado setor do Couto Pereira, é um dos caminhos a aumentar ainda mais essa proximidade do clube com a torcida, coisa que será essencial para a nossa temporada em 2026, já que teremos uma Série A cada vez mais disputada”, complementa o conselheiro.
A mudança ocorrerá apenas no setor Renato Follador. O setor Evangelino da Costa Neves, que presta homenagem para o presidente no ano do título do Campeonato Brasileiro, permanece sem mudança.
