O ex-presidente do Coritiba, Juarez Moraes e Silva, abriu o jogo sobre afastamento do cargo em novembro de 2022. Ele precisou ser internado quando estava trabalhando na montagem do elenco para a temporada de 2023 e não retornou mais por questões de saúde.
Juarez Moraes e Silva foi o convidado da edição especial do podcast Carneiro & Mafuz. O ex-dirigente coxa-branca foi eleito para o G5 na gestão de Renato Follador, no final de 2020, mas assumiu a presidência em 2021 após o falecimento do então mandatário.
De acordo com o ex-presidente, um dos motivos que pesaram para seu afastamento foi a reformulação do elenco, com as saídas de jogadores importantes, entre eles o zagueiro Leandro Castán e do atacante Léo Gamalho. O centroavante, inclusive, era o principal nome do elenco e marcou 38 gols em 90 partidas em dois anos no Coxa.
“Uma das coisas que me levou para a UTI em 22 de novembro [de 2022] foi ter que desligar o Léo e o Castán. Eu era totalmente contra e fui voto vencido. Nós tínhamos um colegiado que decidia, o pessoal que entendia do futebol achava que o cara não marcava e não voltava. Eu queria um cara que fizesse gol. Mas, naquele dia que estávamos montando o time para 2023, era o dia que estávamos fazendo os cortes. Foi quando fui para a UTI e não voltei mais”, conta o ex-presidente.
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A gestão de Juarez Moraes e Silva no Coritiba
Juarez Moraes e Silva foi presidente do Coritiba entre junho de 2021 e novembro de 2022. Ele assumiu depois da morte de Renato Follador, que contratiu Covid-19 justamente quando estava trabalhando no clube.
Em apenas 18 meses sob a gestão de Moraes e Silva, o Coxa foi campeão do Campeonato Paranaense de 2022 e ainda conquistou o título do Brasileirão sub-20 no ano anterior. Além disso, o clube subiu para a Série A do Campeonato Brasileiro em 2021 e permaneceu na elite na temporada seguinte.
“Nos 18 meses que fiquei lá, nós fomos campeões paranaenses, a única vez em oito anos, e campeões brasileiros sub-20, o único título nesta categoria para o Coritiba. Subimos o time no primeiro ano e, quando eu saio, nós continuamos mais um ano”, destaca.
“É muito mais difícil ficar do que o acesso. Isso é um grande alerta para este ciclo que recomeça. O gap financeiro dos times da primeira parte da tabela é absurdamente maior. Na época, chegava a dez vezes. O desafio é parecido agora, porque recém estão implantado o fair play financeiro. É um negócio que vai maturar muito tempo para chegar no equilíbrio que o campeonato deveria ter”, acrescenta o ex-presidente.
