Por Simplicio Araújo
Antes de tudo: faço leitura política. Não estou atrelado a nenhum pré-candidato.
A última vez que estive com Braide foi em minha casa, na primeira campanha para prefeito. Ali, diante de amigos, disse que ele não venceria aquela eleição porque não demonstrava querer vencer.
Falo esporadicamente com Camarão e Brandão, quase sempre sobre temas do estado.
Também converso com Lahesio, por quem mantenho respeito pelo desempenho na última eleição.
Escrevo, primeiro, para ajudar quem não acompanha os bastidores de uma disputa complexa como a do Maranhão; e, depois, para registrar minha opinião — que será julgada por quem sempre coloca tudo no lugar certo: o tempo.
A tese central
Voltando ao ponto: Felipe Camarão tem uma chance real — e enorme — de se eleger governador.
E Brandão não apenas sabe disso: é a prova viva.
Brandão passou sete anos como vice, sem protagonismo visível no cargo, aguardando a hora de afirmar o que Felipe já afirmou: não abriria mão de ser candidato. No momento decisivo, Flávio Dino cumpriu o combinado e deu lastro político: percorreu o estado, esteve ao lado de Brandão — inclusive em momentos delicados — e consolidou sua chegada ao governo.
Felipe, por sua vez, teve papel relevante no governo Dino e, antes disso, protagonizou os cargos que ocupou, vindo de trajetória marcada por concursos concorridos e experiência de gestão.
O cálculo de cada um
Não se trata de duvidar da candidatura de Felipe; ela tem grande potencial. Na minha leitura, é esse ponto que pesa no cálculo de Braide para entrar — ou não — na disputa.
Já disse em entrevistas e repito aqui: em 2026 veremos apenas dois cenários competitivos:
1. Camarão x Lahesio
2. Braide x Orleans
E arrisco minhas estimativas (opinião):
– No primeiro cenário, Camarão vence com algo como 65%.
– No segundo, Braide não teria menos de 75%.
O tabuleiro do Palácio
Todos sabem que é difícil vencer Felipe sentado na cadeira de governador. Brandão e seu entorno também. Daí a esperança de que Camarão renuncie. Nessa hipótese, Brandão poderia renunciar para disputar o Senado, e o grupo buscaria viabilizar Orleans como governador em eleição indireta até maio de 2026, para que ele concorra no cargo — como ocorreu com o próprio Brandão.
O risco do projeto familiar
Se Brandão permanecer no cargo apenas para tentar eleger o sobrinho — um projeto familiar, não um projeto para o Maranhão — corre alto risco de ficar sem nada e ainda enfrentar desgaste sem mandato. Isso é assunto recorrente em qualquer roda de conversa política no estado.
Resumo da ópera: meu diagnóstico é simples — Camarão é hoje o favorito natural; Braide só entra se enxergar cenário de vitória; e Brandão precisa escolher entre o projeto do estado e a aposta familiar. O tempo dirá quem leu o tabuleiro corretamente.
