A Polícia Federal cumpriu, na manhã de quarta-feira (12), mandados de busca e apreensão na residência de Carla Ariane Trindade, ex-mulher de Marcos Cláudio Lula da Silva, filho adotivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A operação, segundo documentos obtidos pelo Estadão e confirmados pelo UOL, faz parte de uma investigação sobre fraudes em licitações e desvio de verbas públicas envolvendo a empresa Life Tecnologia Educacional.
No relatório da PF, consta que Marcos Cláudio estava presente no local e recebeu os policiais junto à ex-esposa e familiares dela. “Estavam presentes no imóvel, além do senhor Marcos, a senhora Carla, o filho e os pais da senhora Carla, o senhor Henrique e a senhora Lindalva”, descreve o documento oficial.
A PF afirma que Carla teria atuado como intermediária para liberar recursos públicos em benefício da Life, empresa que recebeu cerca de R$ 70 milhões em contratos com prefeituras paulistas. Segundo as investigações, as viagens de Carla a Brasília uma delas em julho de 2024 foram custeadas pelo empresário André Mariano, dono da Life. A corporação sustenta que ela “defendia os interesses do empresário junto a órgãos públicos”.
Durante a operação, a PF apreendeu o passaporte, um celular, um notebook e um caderno de anotações na casa da ex-nora do presidente. Carla e Marcos foram casados por quase 20 anos.
A defesa de Carla Ariane informou ao UOL que ainda não teve acesso completo aos autos e só se manifestará após analisar todo o conteúdo da investigação.
O que diz a investigação da PF sobre o suposto esquema de fraudes?
De acordo com a Polícia Federal, Carla está entre as cinco pessoas “influentes” que ajudaram a Life Tecnologia a conseguir contratos milionários com prefeituras. A corporação aponta que a empresa revendia livros didáticos com sobrepreço, adquirindo exemplares por até R$ 5 e revendendo-os por valores entre R$ 60 e R$ 80.
O relatório estima que a empresa lucrou mais de R$ 50 milhões com o esquema. A PF também cita Kalil Bittar, ex-sócio de Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, na Gamecorp, investigada na Lava Jato, como um dos nomes ligados ao caso.
Para os investigadores, as evidências sugerem que Carla alegava ter influência política em decisões do governo federal e mantinha contatos estratégicos em cidades como Mauá, Diadema e Campinas. A operação segue em andamento para identificar outros envolvidos.
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