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Funcionários da EPE acatam proposta da diretoria e encerram greve | Brasil

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Os funcionários da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) encerraram a greve que durou cerca de dois meses, após aceitarem, em assembleia, proposta de reajuste de 4,26%, o que equivale a 80% do INPC.

Os funcionários reivindicam reposição de perdas salariais de 20% em dez anos, entre outros pontos.

Com um quórum de 275 funcionários, 57% dos presentes à assembleia votaram a favor da proposta da EPE, 38% foram contrários e 5% se abstiveram.

Os funcionários da EPE estavam em greve, cuja paralisação foi gradativa. A greve começou com parada das atividades por 24 horas nas primeiras semanas, seguida de aumento dos dias a cada semana.

Desde 17 de novembro, a EPE estava em greve por tempo indeterminado, mas entre os dias 20 e 28 de novembro o movimento foi suspenso, a pedido da mediação do TRT, para viabilizar as negociações com a direção da estatal.

Funcionários reclamam de “faca no pescoço”

A proposta foi aceita em mediação realizada na terça-feira (2) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região. No entanto, de acordo com fontes do movimento grevista, a proposta foi aprovada pelos funcionários “com a faca no pescoço”, depois que a direção da estatal anunciou que colaboradores da EPE tiveram descontos de 50% dos dias parados em função da greve nos salários de setembro e outubro.

Porém, na mediação, o desconto seria revisto caso a greve fosse encerrada. Um dos pontos que podem ter contribuído para o fim da greve foi a contratação de um escritório de advocacia por R$ 200 mil, às vésperas de audiência de mediação, para mover um dissídio coletivo de greve, o que para integrantes do movimento grevista, foi considerado como “intransigente” e um “gesto de hostilidade”, ainda mais considerando não haver espaço no orçamento da EPE.

Em nota, a EPE afirmou que a assembleia aprovou a criação de benefício do auxílio PCD e a extensão do auxílio-creche, além da concessão de reajuste de salário e benefícios conforme proposto pela estatal.

Disse também que os dias parados serão abonados na maior parte do período e com compensação limitada de acordo com os critérios gerais acordados na mediação e aprovados na assembleia. Também serão ressarcidos os descontos em folha suplementar, ainda neste mês de dezembro.

O movimento grevista apontava que servidores do Judiciário terão 8% de reajuste em 2025 e que cerca de 40% do quadro de colaboradores da EPE é composto por mestres e doutores. A estatal tem verificado perda de talentos por causa da questão salarial, que têm feito concursos para empresas como Petrobras e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de partir para a iniciativa privada.

A greve na EPE preocupava o governo, que se via às voltas com a preparação do leilão de reserva de capacidade, um dos certames mais esperados pelo mercado, por ser voltado para a segurança energética.

O leilão está previsto para ocorrer em março de 2026. Mais de 300 projetos estão esperando habilitação pela EPE para participar do certame e a expectativa é que sejam viabilizados investimentos na casa de dezenas de bilhões de reais.

O temor era de que o leilão sofresse atrasos. Outro certame em curso na estatal é o de baterias, o primeiro da modalidade no país. Tanto o leilão de reserva de capacidade quanto o de baterias são vistos como soluções para mitigar os cortes de geração promovidos pela operação do sistema para evitar blecautes, bem como aumentar a segurança energética.

A EPE é responsável pelo cadastramento e habilitação das usinas que participarão do leilão de capacidade, bem como dos sistemas de baterias que integrarão o certame específico para a modalidade.

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